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Forte emoção na encenação de crucificação de Cristo
Era difícil encontrar na multidão quem não estivesse com os olhos marejados, durante a encenação da “Paixão e Morte de Jesus Cristo” do Movimento do Tabor, na manhã desta sexta-feira Santa, no alto do Morro da Cruz, em Lages. Crianças, jovens, adultos, secavam as lágrimas, enquanto a tradicional interpretação da crucificação de era realizada.
Os fiéis começaram a subir os mais de 500 degraus da escadaria Frei Silveira logo cedo. Aqueles que precisavam pagar promessas, cumpriam a penitência de subir os degraus de joelhos. Como foi o caso do motorista morador de Correia Pinto, Edson Rodrigues Pires, 37. Segurando um terço na mão, ele conseguiu cumprir a promessa e chegar ao topo do Morro da Cruz.
Aos pés da cruz, grupos religiosos faziam orações, cantavam, acendiam velas e rezavam. Além das pessoas que viram o dia santo como forma de acrescentar a renda familiar e faziam a venda de alimentos e bebidas. A família Capistrano Ribeiro, enquanto aguardava o início da encenação, aproveitou para comer uma pipoca. Ingrid Capistrano de Arruda e Eduardo Ribeiro, subiram o morro depois de alguns anos sem comparecer o evento, para mostrar para filha Ana Júlia, a encenação da crucificação de Cristo.
Já para a família Fleck, enfrentar os 500 degraus já é tradição. De acordo com Viviane Fleck, ela, o esposo e os dois filhos, fazem o percurso todos os anos. Como a caminhada é grande, o pequeno Bernardo aproveitou a folga para apreciar a vista e apreciar um lanche.
As vizinhas Elisa Almeida e Beatriz Xavier, moradoras do bairro Habitação, subiram juntas a escadaria. Elisa não subia o morro havia 15 anos e desta vez, resolveu acompanhar Beatriz, que não deixa de acompanhar as celebrações todos os anos. Ela revela que já até pagou promessa, depois de fazer uma cirurgia no joelho. “Quando assisto a encenação, choro muito. Não tenho só uma religião, para mim, tudo é de Deus”, acrescenta Beatriz.
A encenação foi aberta por um discurso do prefeito Antonio Ceron, que pediu a população para que lembrassem o verdadeiro sentindo da Páscoa. Em seguida, o bispo Dom Guilherme Antônio Werlang, que também subiu a escadaria, liderou as orações. Pediu para que os fiéis rezassem em direção a cruz e salientou a importância daquele símbolo para a cidade. “Sem esta cruz, Lages não seria Lages”, concluiu.
Mas foi com o início do Movimento do Tabor, que a comoção se tornou geral. Com a entrada do ator Thiago Oliveira, que interpreta Jesus Cristo e a encenação de se seu sofrimento, que o público não pode deixar de responder as torturas sofridas pelo maior símbolo do cristianismo, com murmurinhos e lágrimas derramadas durante a apresentação.
Entretanto, a programação da Semana Santa ainda não está encerrada. No sábado, o Tabor se apresenta mais uma vez, no alto do Morro da Cruz com a encenação da Ressurreição de Cristo. No domingo, as celebrações acontecem durante a manhã, em todas as paróquias da Diocese.
Programação
Sexta-feira Santa – 30 de março
15h, na Paróquias da Diocese, Celebração Litúrgica da Paixão de Cristo
6h30, Morro da Cruz, Encenação: Paixão e Morte de Jesus Cristo
19h, Catedral Diocesana, Procissão do Senhor Morto
19h, Paróquia São Judas, Celebração da Paixão de Jesus com encenação
19h, Paróquia do Guarujá, Procissão do Senhor Morto
20h, Igreja do Navio ao Cemitério Cruz das Almas, Recomenda das almas (Rito religioso da cultura cabocla da região)
Sábado de Aleluia – 31 de março
19h, Nas Paróquias da Diocese, Vigília Pascal Celebração Eucarística, Benção do Fogo Novo
21h15, Pátio da Igreja do Navio, Início da procissão
21h40, Escadarias, Procissão da luz
22h, Morro da Cruz, Encenação: Ressurreição de Jesus, Celebração da Vida (Show pirotécnico, luzes, sons, efeitos especiais)
Domingo de Páscoa – 1º de abril
08h, nas Paróquias da Diocese, Celebração da Páscoa
12h, nas famílias cristãs, confraternização