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Faturamento da produção cresce 20% em 2018

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Foto: Núbia Garcia

Recentemente, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informou que o mercado brasileiro de orgânicos – produção agrícola sem o uso de agrotóxicos – faturou, somente no ano passado, R$ 4 bilhões, um crescimento de 20% em relação ao registrado em 2017.

A informação foi divulgada pela Agência Brasil e refere-se a dados do Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), que reúne cerca de 60 empresas do setor. Segundo o levantamento, o Brasil é líder do mercado de orgânicos da América Latina. Contudo, quando se leva em consideração a extensão de terra destinada à agricultura orgânica, o país fica em terceiro lugar na região, depois da Argentina e do Uruguai, e em 12º no mundo.

Indiretamente, o casal de produtores rurais Aline Rodrigues Madruga, 31 anos, e Valdemir Rodrigues Madruga, 39 anos, contribui para estas estatísticas. Morador da localidade de Campina dos Ribeiros, em Correia Pinto, produz e comercializa orgânicos na região há 10 anos. São mais de 20 produtos, como alface (crespa, lisa, roxa e americana), agrião, rúcula, rabanete, repolho (verde e roxo), mostarda, beterraba e manjericão, dentre outros, todos certificados.

A produção de orgânicos é o carro-chefe da renda do casal, que vende a maior parte dos produtos para a merenda escolar de Correia Pinto, e comercializa o restante em feiras de agricultura familiar naquele município e também em Lages. Na localidade em que vivem, outras 10 famílias também têm na produção de orgânicos a sua principal fonte de renda.

Aline e Valdemir fazem sozinhos o manejo da propriedade e garantem que a escolha por orgânicos trouxe benefícios a eles. “Quando começamos, pensamos na nossa saúde em primeiro lugar, porque não lidamos mais com agrotóxicos. Além disso, essa é uma forma diferente de ver o mundo e a natureza, trabalhar de forma consciente e pensando em como a nossa propriedade impacta o meio ambiente”, comenta Aline.

Benefícios para produtores e consumidores

De acordo com a reportagem da Agência Brasil, na América Latina, a produção se estende por oito milhões de hectares, o que corresponde a 11% da área mundial destinada aos orgânicos. Em extensão de terra, o Brasil cresceu mais de 204 mil hectares em dez anos, atingindo 1,1 milhão de hectares em 2017.

Em Santa Catarina, uma das defensoras da produção de orgânicos e da agricultura familiar, é a deputada estadual Luciane Carminatti (PT). Para ela, este tipo de produção envolve a conscientização dos agricultores e também dos consumidores, pois ambos são diretamente afetados pelos efeitos da produção de alimentos sem agrotóxicos.

“À medida que agricultores e consumidores criam consciência de que a saúde está em primeiro lugar, a produção e o consumo de alimentos orgânicos passa a ser inevitável. Há milhares de experiências positivas no Brasil que demonstram que a renda do produtor pode melhorar e a sua saúde e a do consumidor também. Precisamos deixar de ser o país que mais utiliza agrotóxicos no mundo. Aqui, temos terra, água, plantas e gente em condições de transformar o alimento em saúde”, avalia.

 

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