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Faltas em consultas preocupa saúde

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Susana Goulart, 10, esperou quatro meses para consulta com urologista - Foto: Camila Paes

Susana Correia Goulart, 10, foi diagnosticada, há cerca de um ano com diabetes. Como parte do tratamento, precisa consultar regularmente, além do pediatra, médicos urologistas e endocrinologistas. Ana Paula Goulart, mãe da paciente, revela que foram quatro meses de espera para conseguir uma consulta com urologista. A pré-adolescente faz parte da longa lista de lageanos a espera pelo atendimento médico.

Pediatras, urologistas e psiquiatras são alguns dos profissionais com maior fila de espera no Sistema Único de Saúde (SUS) de Lages. Segundo revela a gerente da Policlínica Eneo Pacheco de Andrade, Raquel Schuelter Vieira, nesses casos, a espera pode passar de um mês. Segundo dados da Secretaria de Saúde de Santa Catarina, que lançou uma consulta pública da lista de espera, em todo o Estado, 471 mil pessoas aguardam para passar por procedimento. Para oftalmologista em Lages, por exemplo, o tempo médio de espera é 33 dias, para urologia oncológica, a espera pode passar de 40 dias e pediatria, 20 dias.

>Espera_ Em Lages, a fila de espera por consultas especializadas já passa de 14 mil pessoas. Só para oftalmologista, são 7 mil aguardando. As consultas são agendadas nos postinhos, após o encaminhamento do clínico geral. Em caso de urgência, um médico regulador faz a triagem de acordo com os dados clínicos de cada pessoa e com isso, o tempo de espera pode diminuir.

>Faltas_ Por causa da demora, em muitos casos, os pacientes optam por pagar por consultas particulares. Entretanto, muitos esquecem de avisar que não comparecerão e o número de faltas tem preocupado os gestores. Dados da Prefeitura de Lages indicam que do total de consultas marcadas, 20% ficam vazias. Raquel ressalta que o problema com os faltantes é grave, já que pessoas que precisam de ajuda médica, poderiam ter suas datas adiantadas. “Nossa preocupação aumentou em um dia que tínhamos 22 consultas pediátricas agendadas e 17 pacientes não compareceram”, acrescenta. Há ainda casos em que há o esquecimento e por isso, a gerente enfatiza que é importante que o paciente se organize. Raquel explica que já estudaram formas de entrar em contato antecipadamente com os pacientes, por meio de ligações ou outros meios de aviso. Entretanto, o tamanho da equipe não comporta este serviço, mas estão analisando a possibilidade de começar a utilizar o envio de mensagens de texto.

>Depoimento_ Samuel Oliveira Sá, 7 meses, ficou atento durante toda a consulta com a pediatra Maria Cláudia Zanoni. Por causa da anemia, a atendente de crediário, Elisangela Silva de Sá leva o filho a consultas frequentes na Policlínica. Ela diz que nunca teve dificuldade em agendar uma data, mas que sempre percebe que há faltas de pacientes. “É muito ruim né!? A fila de espera é grande, tem muita gente para ser atendida”.

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