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Falta de médicos deve ser solucionada até fevereiro

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Foto: Marcela Ramos

A falta de médicos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), em Lages, não é um problema de agora e, por conta disso, consultas são acumuladas e consequentemente adiadas. Quem busca atendimento na UBS do bairro precisa ter paciência, pois a demanda é maior do que os médicos podem atender.

A secretária da Saúde, Odila Waldrich, explica que, nesta época do ano, isso acontece por conta do encerramentos de contratos dos médicos e também por que muitos pediram exoneração, após passarem em provas de residência. E para entrarem os novos médicos, é necessária a realização de um processo seletivo, o que atrasa a resolução do problema. 

“No segundo semestre do ano essa sempre foi nossa dificuldade. No primeiro ainda conseguimos mantê-los no trabalho. A única especialidade que a gente precisa nas unidades é médico da família. E para esses médicos, não é feito contrato, é feito um processo seletivo ou concurso. E esta é uma das dificuldades que ainda temos”, explica Odila 

Atualmente, são 51 equipes de saúde da família, divididas em 30 unidades. As que têm maior abrangência, como as dos bairros Coral, Santa Catarina e Santa Helena possuem quatro equipes, e as com menores, apenas uma. As equipes são constituídas por médico, enfermeiros e técnico em enfermagem. Porém, quando falta um médico em uma unidade de certo bairro, acaba sobrecarregando outra.

A reportagem do Correio Lageano foi até as unidades dos bairros, Guarujá, Tributo e Várzea, e todas estavam cheias. Uma mulher de 48 anos, que não quis se identificar, estava aguardando ser chamada para uma consulta na UBS do Várzea, a qual tem apenas dois médicos para atender todo o bairro.

“Às vezes, fico sem meu remédio da depressão, porque não tem médico para me examinar e me dar uma nova requisição. To esperando faz um mês para esta consulta. Tirando que vivem trocando de médico, não conseguimos nos familiarizar. Você faz o exame hoje, mas na consulta para mostrar o exame, já é outro médico. Precisamos de mais médicos”, desabafa a mulher. 

Odila também explica que a lei deve ser respeitada, e por mais que os processos seletivos atrasem a resolução do problema, ela não pode simplesmente chamar os médicos na hora da dificuldade. 

“O problema de falta de médicos não é apenas em Lages, mas em toda Santa Catarina. Mesmo tendo uma faculdade de Medicina aqui no município, eles se apresentam e trabalham conosco, e quando passam nas provas de residência, vão embora e então o período para contratar novos, até que passem no processo seletivo e sejam contratados, é bem demorado.”

Segundo a secretária, foram aprovados 40 médicos no último processo seletivo da Prefeitura de Lages, realizado em setembro de 2019, os quais já estão sendo chamados para o trabalho, porém, leva em média 30 dias para normalizar o processo de vencimento dos trâmites burocráticos. Após isso, os novos profissionais serão alocados, não há definição do local onde vão trabalhar, pois depende da demanda de cada unidade. 

“Pretendemos normalizar essa questão dos médicos nas Unidades de Saúde. Acredito que até fevereiro, a gente normalize. Mas depende se eles ficam no serviço ou se saem, mas isso não temos como garantir”,conclui. 

 

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