Geral

Esgoto tratado é sinônimo de saúde

Published

em

José Maria aproveita o esgoto tratado para reformar a casa e valorizá-la - Fotos: Susana Küster

Há 18 anos, José Maria de Freitas mora no Bairro Novo Milênio, em uma rua que tinha esgoto a céu aberto. Mas há três anos, foi feita uma rede de esgoto atrás da creche do bairro, que fica perto da casa dele e há seis anos, o esgoto que passava nas canaletas da rua já havia sido encanado.

As obras fazem parte do Complexo Araucária, que está prestes a ser concluído. Além de valorizar o imóvel, a rede de esgoto acabou com o mau cheiro que os moradores conviviam. O morador conta que foi um alívio ver a obra acontecer, porque o esgoto a céu aberto proliferava insetos e doenças. 

Corroborando com a opinião de José Maria, o engenheiro químico da Semasa, Altherre Branco, frisa que o tratamento de esgoto não só ajuda o meio ambiente, como também não prejudica a saúde das pessoas. Em Lages, ele afirma que cerca de 30% do esgoto é tratado.

Com a ativação do Complexo Araucária, o percentual sobe para 50%. Em 2018, um estudo da Fiesc com a Funasa apurou que somente 20,9% do esgoto de SC é tratado, apesar do Estado possuir o maior índice de coleta de esgoto, ou seja, tubula os dejetos, mas não trata. No Brasil, a média de tratamento de efluentes é de 45%. Desta forma Lages ficará acima da média nacional e quando o Complexo Ponte Grande ficar pronto, o percentual deve ficar em 70%.

Longe da meta

Dados do Instituto Trata Brasil indicam que cerca de 100 milhões de pessoas (a metade da população do País) vivem em áreas onde não há acesso ao tratamento de esgoto. Um levantamento da Confederação Nacional das Indústrias, informa que o país investiu uma média anual de R$ 13,6 bilhões em saneamento de 2010 a 2018.

Um acordo com a Organização das Nações Unidas planejou para 2033, que todos brasileiros tenham saneamento básico com um investimento de R$ 22 bilhões por ano. Como isso não é feito, pois se investe R$ 13,6 bilhões por ano, a meta será alcançada somente em 2060.

O esgoto não só influencia a saúde das pessoas e o meio ambiente, como também a área educacional. Um estudo do Instituto Trata Brasil, com foco no saneamento, comprovou que os índices de reprovação são 47% menores entre crianças e jovens que vivem em locais com instalações adequadas.

Complexo Araucária está quase pronto

O Complexo Araucária é a implantação de um sistema de coleta e tratamento de esgoto que compreende oito bairros de Lages (Araucária, Bela Vista, Novo Milênio, Pró-Morar, Santa Catarina, Santa Clara, Santo Antônio e São Luiz).

A obra contemplou estes bairros com a criação de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e as devidas ligações deste sistema com as residências. Serão mais de 38 quilômetros de rede coletora, que atenderão a 3,5 mil domicílios.

Porém, há locais próximos que ainda não possuem tratamento, como a Localidade Cruz de Malta. Segundo o secretário de Obras, João Alberto Duarte, a obra será inaugurada no dia 20 de agosto.

Complexo Ponte Grande

Prevê a construção de uma avenida na margem do rio que dá nome ao complexo, fazendo a ligação de 13 bairros. Para construir a nova avenida, o projeto previu a desapropriação de imóveis que estavam no traçado, a construção da rede de esgotamento sanitário e de uma Estação de Tratamento de Esgoto.

Cerca de 200 famílias que moravam nas áreas desapropriadas, foram beneficiadas com casas, construídas em um condomínio que foi entregue no ano passado. Depois de muitos impasses, o projeto foi dividido em duas partes (saneamento e pavimentação) e cinco etapas (cada uma com cerca de 1,6 mil quilômetro). A etapa de saneamento é sempre a primeira a ser executada e a de pavimentação acontece em seguida, ou seja, quando uma etapa de saneamento é concluída, inicia-se a etapa de pavimentação.

Localidade Cruz de Malta, ainda não há tratamento de esgoto

Complexo Ponte Grande

  • Repasse Federal: R$ 57.171.070,29
  • Valor liberado: R$ 20.657.425,88
  • Contratação: 31 de outubro de 2011
  • Previsão da obra: 34 meses
  • Última medição: 4 de dezembro de 2018
  • Percentual da obra: 33,12%
  • Situação da obra: Atrasada
  • Vigência do contrato: 31 de dezembro de 2019

Complexo Araucária

  • Repasse Federal: R$ 24.386.754,06
  • Valor liberado: R$ 20.982.895,31
  • Contratação: 25 de novembro de 2011
  • Previsão da obra: 28 meses
  • Última medição: 12 de dezembro de 2017
  • Percentual da obra: 85,36%
  • Situação da obra: Atrasada
  • Vigência do contrato: 1 de novembro 2019

Fonte: Caixa Econômica Federal

clique para comentar

Deixe uma resposta