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Equipe multidisciplinar atende casos de dependência química

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Foto: Marcela Ramos

Existem coisas que acontecem em nossas vidas que nem sempre entendemos. Muita vezes, provocam solidão e tristeza, ou até mesmo, nos fazem perder tudo. A questão é que aquilo que mais nos fez chorar, pode servir de remédio para curar outras pessoas.

Este foi o caso de um homem, que vamos chamar de José. Entre seus 13 e 14 anos de idade, ele começou a fumar cigarros e, com o passar do tempo, o ilícito começou a ficar mais atrativo.

Do simples cigarro, passou para o álcool, o crack e outras drogas. José passou mais de 15 anos frequentando centros de reabilitação, ganhando e perdendo coisas, chegando ao ponto de viver em situação de rua. “Eu vendia tudo o que tinha, o desejo de usar crack era muito grande, você fica fora de si”, conta. 

Por causa da dependência química, foram mais de oito anos frequentando o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPSad), inicialmente como paciente, hoje, aos 41 anos, há dois sóbrio, ele vai todas as sextas-feiras, para aplicar o método Reiki às pessoas que estão em tratamento.

O método Reiki é um sistema natural de harmonização e reposição energética que mantém ou recupera a saúde. É um método de redução de estresse. Reiki é um sistema próprio para despertar o poder que habita dentro de nós, captando, modificando e potencializando energia.”

O motivo de José ir todas as sextas-feiras ao CAPSad, é ouvir e ajudar as pessoas pelo simples fato de que um dia já esteve no lugar delas. “Esse lugar é o meu ponto de equilíbrio.”

Casado, empregado e cursando técnico em Mecatrônica, José relata que é uma luta diária, mas é possível mudar. “Minha família nunca desistiu de mim, eu não estava mais aguentando, não tinha outra saída a não ser buscar ajuda. Hoje, sou feliz e realizado, não se pode desistir, tem que ter fé”, concluiu. 

Serviços

Conveniado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPSad) foi estabelecido em 2009. Localizado na rua Correia Pinto, no Centro de Lages, atendendo de segunda a sexta-feiras, das 8h às 17h, o CAPSad oferece tratamento para pessoas dependentes químicas. O lugar é espaçoso, com um jardim arborizado, uma horta utilizada para tratamento terapêutico.

Tudo foi instalado em uma casa antiga, com várias salas. A sala de recepção fica logo na entrada e, seguindo pelos corredores encontra-se o  refeitório, onde é servido o café da manhã, almoço e café da tarde; cozinha, sala de desintoxicação, sala de medicamentos, enfermaria, sala de artesanatos e sala para grupo terapéutico.

Mais de 5 mil atendimentos

Conforme a assistente Social e coordenadora do CAPSad, Graziane Ferreira, já se passaram mais de 5.200 pessoas pela a instituição, desde o ano que foi estabelecido. Atualmente, 470 pessoas, em média, estão ativas no processo de tratamento. 

Com o objetivo de ofertar  tratamento para pessoas usuárias de drogas, cada paciente tem seu tratamento e cronograma individual, conforme a análise médica. A coordenadora explica que são ofertados grupos terapêuticos de segunda a sexta. “Cada grupo foca em uma área. Tem questões  mais terapêuticas, grupos com psicólogos, terapeutas ocupacionais, recreativos, grupos de esporte, música e lúdico.” 

Além das práticas integrativas complementares, como auriculoterapia, horta, jardinagem e Reiki, é feita a avaliação multiprofissional individual, para tratar de forma específica a necessidade de cada um, combatendo o vício e a abstinência.

Graziane explica que para coordenar a instituição, são 19 funcionários, dentre eles, enfermeira, técnicas em enfermagem e serviços gerais. “Nosso objetivo é manter eles sóbrios, incentivar e mostrar que é possível vencer”, conclui Graziane. 

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