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Emoção e muita comemoração no Fecart
Ao chegar no Colégio Industrial, onde era realizado o Fecart, me chamou atenção como crianças, adolescentes e jovens saíam emocionadas ao término de suas apresentações. Enquanto dançavam, exalavam alegria, felicidade, garra e determinação, mas ao terminarem, tudo isso dava lugar a choro e abraços. Estavam emocionados por dançarem? Questionei, afinal, a emoção, a ponto de chorar, de escorrer lágrimas, não é para qualquer um.
Perguntei para uma garotinha, que durante a apresentação estava muito feliz, qual o motivo do choro. Ela logo me respondeu que não tinha como não chorar depois de representar sua cidade e cultuar sua tradição. Questionei outra menina, que, aos 11 anos, enfatizou: “É amor. É família. É uma satisfação muito grande poder representar Dionísio Cerqueira, em Lages”, falou Victória Kessler.
Enquanto os vestidos bailavam de um lado para outro, e botas e bombachas conduziam as damas, o sorriso e a letra das músicas estavam no rosto dos jovens. Mesmo depois de terem viajado quase 500 quilômetros, estavam em cima do palco dançando, cantando, sorrindo e se apresentando. Uma forma de preservar a tradição. É o que afirma a jovem Micheli Kieling, de 15 anos. Para ela, a apresentação é muito mais do que chegar e dançar, é a demonstração de todo o envolvimento pelo tradicionalismo.
Neste fim de semana, Lages respirou tradição, com muita música, dança, declamações, entre outras manifestações da cultura gaúcha. O XXIII Festival Catarinense de Arte e Tradição (Fecart), reuniu 25 Centros de Tradições Gaúchas de todo o Estado, foram mais de 400 pessoas integradas pelo mesmo ideal, a preservação daquilo que é passado de geração em geração: o tradicionalismo.
O público pôde prestigiar, gratuitamente, o evento, no Colégio Industrial. Por lá, durante os três dias, sete palcos funcionaram simultaneamente, com 18 categorias diferentes.
Para a primeira mulher vice-presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho do Estado de Santa Catarina, Sueli Dors, o festival, principalmente com a presença das crianças e jovens, é uma forma de fomentar e fazer permanecer, as raízes dentro da cultura gaúcha.
O evento, serve, também, para que, dentro de Santa Catarina o tradicionalismo seja estimulado e desenvolvido ainda mais. Sueli começou quando criança, com os pais, a participar de um CTG, por isso comenta da importância que este tipo de sociedade tem para os pequenos. “Eles (as crianças) se emocionam pois é uma disputa em que estão para mostrar o seu melhor. São meses de ensaio para chegar nos festivais bem preparados. Além de estarem se apresentando para os pais, familiares e amigos”.
Ela ressalta que além de ser um evento de incentivo à tradição, o festival também fará sua contribuição social. O objetivo era de que cada CTG trouxesse para Lages uma caixa de leite. As caixas serão doadas para um asilo da cidade. Como a entrada era franca, os alunos de oito escolas estaduais de Lages foram convidados para assistirem o evento e fazer um desenho. A escola vencedora ganhará uma televisão e o aluno um tablet.
Fora estas escolas que serviram de alojamento, durante sexta-feira e fim de semana para as famílias que vieram de outras cidades.