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Ele trocou o cockpit pela venda de autopeças

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Toninho recebendo o troféu em corrida de Lages e ou autódromo de Santa Cecília (carro 44) - Foto: Reprodução/CL

A Serra Catarinense sempre foi referência no esporte. Atletas de várias modalidades levaram o nome do município ao ponto mais alto dos pódios. Alguns, com o passar do tempo, trocaram as pistas, tatames e quadras por uma vida mais reclusa. Todas as semanas, por meio do “Por Onde Anda” o Correio Lageano quer relembrar essas histórias e falar um pouco da trajetória atual dessas pessoas, que tanto fizeram pela região. 

O empresário Antonio de Liz Vieira, 53 anos ainda lembra com alegria dos tempos no qual participava do Campeonato Catarinense de Velocidade na Terra. A estreia foi em 1986 na categoria Turismo 5 mil e pilotava o Opala azul e branco, numeral 44, seis cilindros 290 hp de potência, além de freio a disco nas quatro rodas. “Havia prova com 19 carros e chegou a ter 11 representantes de Lages”, relembra se referindo às categorias Turismo e 1600 (Gol, Brasília, Fusca entre outros modelos). 

A competição passava pelos autódromos de Lages, o Nabor Vieira Lemos, situado próximo a entrada do Salto Caveiras, além de  Joaçaba, São Bento do Sul, Santa Cecília, São Carlos e Mafra. Atualmente estes autódromos recebem o Campeonato Catarinense, com as exceções de São Carlos e Mafra,  já que nesse período a Federação de Automobilismo do Estado Santa Catarina (Fauesc) incluiu no calendário os traçados de Lontras e Ascurra.  

Por seis anos, entre 1986 a 1991, Toninho participou do circuito e venceu duas provas. Uma em Lages, em 1988. “Venci de ponta a ponta. Foi uma vitória indescritível por ser em casa na frente dos amigos e familiares”, recorda. A outra ele venceu em Mafra. Nesse mesmo ano se consagrou vice-campeão estadual. Em média, o calendário previa uma prova por mês e atraia muitas mulheres, maioria esposas dos pilotos que se posicionavam nas curva dos traçados na tentativa de ter a melhor visão dos pegas. O cenário mudou, a exemplo de 2019 quando seis etapas estão na programação.  

Apesar de encarar as provas por divertimento, pois assim como hoje a premiação continua sendo troféu, Toninho salienta que contava com alguns patrocinadores e conseguia se manter na categoria. Nessa época, era casado e tinha uma oficina mecânica. “Não me arrependo de nada e quando ganhava algum dinheiro em corrida era pouco. Era um tempo bom”, assegura. 

Hoje Toninho tem um filho, o Ezequiel Dalastra de 35 anos que herdou a paixão dele. Depois de passar pelo kart, terra, encara o Metropolitano, campeonato realizado no Paraná quando faz dupla com Marcelo Cancelli. “Assim como antigamente, o esporte amador tinha pouco reconhecimento e quase nada de divulgação”, comenta Toninho, que por 12 anos também foi caminhoneiro.       

Na verdade optar em disputar o catarinense foi uma maneira de deixar de fazer racha. Ele e muitos amigos gostavam da prática e qualquer reta nas rodovias era um convite à “brincadeira” dos lageanos. “Tudo era divertimento, pegávamos carros de rua e até com chuva fazíamos os rachas”, explica. Agora Toninho se contenta em assistir às provas e cuida de sua empresa do ramo de acessórios automotivos.

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 Área do autódromo ainda não tem destinação prevista 

Em 2015, a prefeitura de Lages doou um terreno ao Internacional de Lages, onde no passado funcionou o Autódromo Nabor Vieira Lemos. Na área, o clube construiria seu centro de treinamento (CT). O terreno de 110 mil metros quadrados fica na localidade conhecida como Fazenda Amola Faca. Ele está a dez quilômetros do Centro da cidade, na saída Oeste, pouco antes do acesso à localidade de Salto Caveiras.

O clube teria dois anos para dar início às obras, uma exigência prevista na lei de doação aprovada pela Câmara de Vereadores e sancionada pelo prefeito da época, Toni Duarte. Como a obra não foi feita, a área voltou a ser administrada pelo poder público. 

Segundo o Procurador Geral do Município, Agnelo Miranda, o terreno foi retomado pela prefeitura e não há destinação prevista. A intenção de acordo com ele, é que o espaço vise a  utilidade pública. “Há algumas ideias em curso, mas é cedo para anunciar”. 

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