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Educação para em protesto ao corte de verbas
No começo do mês, um anúncio movimentou professores e estudantes das instituições públicas de todo o Brasil. O Ministério da Educação (MEC) fez bloqueios de R$ 5,7 bilhões, o que representa cerca de 23% de seu orçamento discricionário (não obrigatório), cortando verbas direcionadas a todas as etapas da educação. O congelamento de recursos compromete R$ 2,1 bilhões das universidades. Mas a tesoura chegou também à educação básica.
Em Lages, na Serra Catarinense, como em todo o país, professores e alunos irão paralisar suas atividades na quarta-feira (15), como forma de protesto contra a Reforma da Previdência e também contra os cortes de verbas.
“Não vamos assistir de braços cruzados a aprovação da PEC006/2019 – Reforma da Previdência, nem a retirada de verbas do ensino. Lutaremos com todas as forças pelo futuro dos nossos filhos e alunos”, a frase está escrita em um cartaz de divulgação do Sindicato dos Profissionais em Educação de Lages (Simproel). A PEC prevê a modificação do sistema de previdência social, estabelece regras de transição entre o antigo sistema e o novo, além de outras providências.
“Os profissionais da educação da rede municipal vão participar da greve para dizer não às medidas tomadas pelo Governo Federal, que vão prejudicar a Educação. Também vamos nos posicionar contra a PEC 006/2019 (Reforma da Previdência), pois ela irá afetar a qualidade da educação ofertada para a sociedade brasileira. Vamos defender a Educação e os direitos dos trabalhadores e de toda a sociedade”, explica Elaine Moraes, presidente do Simproel.
Para o estudante do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Luiz Carlos Correa Junior, a manifestação serve para alertar e lembrar que a instituição é uma conquista da sociedade lageana que oferece capacitação de qualidade.
“Querem acabar com isso. O corte de verbas afetará a manutenção de diversos aparelhos que existem lá, como nos cursos de química, engenharia, agronomia. São coisas de qualidade que serão afetadas que também acarretará no desenvolvimento. Temos de impedir os cortes para que tenhamos uma oportunidade de entrar no mercado de trabalho com qualificação profissional, de ter um ensino público de qualidade, porque isso é um direito do povo, está na constituição, na declaração universal dos direitos humanos e estamos buscando o que é direito. Não existe nenhuma política partidária puxando a gente, estamos simplesmente buscando algo que é de direito”, comenta o aluno.
O diretor interino Vilson Heck explica que não há determinação institucional quanto à parada. Professores e técnicos que queiram paralisar terão de repor as aulas depois, da mesma forma os alunos que não forem à aula, receberão faltas. Vilson ressalta que o movimento começou com alunos e servidores. Os estudantes estão preparando um aulão no Calçadão Túlio Fiúza de Carvalho para mostrar quais atividades desenvolvem no campus.
Rede municipal
A Secretaria de Educação de Lages explicou, por meio da assessoria de imprensa, que as escolas e centros de educação infantil devem decidir junto aos pais sobre a paralisação. Porém, alguns pais relataram que apenas receberam o informativo na agenda dos filhos.
Rede estadual
Professores da rede estadual foram convidados pelo Sindicato dos Trabalhadores de Educação (Sinte) a participar da manifestação, porém, segundo o presidente Reno Vicente Lima Ataíde, a adesão depende de cada profissional. A gerente Regional da Educação, Cláudia Pezzi, garante que as escolas estarão abertas e as aulas seguirão normalmente.