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Novo bispo Dom Guilherme é envolvido com as causas sociais

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Católicos da diocese de Lages terão uma nova linha pastoral que será iniciada com Dom Guilherme - Fotos: Susana Küster

Ligado às causas sociais, simpático e entusiasmado. Essas são algumas das características do novo bispo da diocese de Lages, Dom Guilherme Antônio Werlang, 67 anos. Ele virá para Lages, na quinta-feira que vem para definir quando vai assumir o comando da Igreja Católica Apostólica Romana, na região. A previsão é de que comece no cargo em março.

O religioso é bispo há 18 anos e meio, em Ipameri (GO). Depois que vir para Lages, o Vaticano iniciará o processo de escolha de um novo bispo para seu lugar em Goiás. Dom Guilherme responde com “uai”, a pergunta do CL, sobre como se sente em relação a mudança de rumo na sua vida.

Divertido, ele a firma que quando o Papa fala, os padres respondem, “sim, senhor”. Apesar das brincadeiras, está animado para ficar mais perto da sua cidade natal, o município catarinense de São Carlos. Afinal, mora há 28 anos e meio em Goiás.

Acostumado com uma temperatura mais quente, ele diz que não tem medo de frio, pois onde mora geralmente fica entre 15ºC e 30ºC. Humilde, pede oração. “Peço para que o povo reze por mim para que possamos superar qualquer problema e que o amor e diálogo prevaleçam.”

Linha pastoral

A missão de todo cristão, segundo o novo bispo, é defender a vida até onde Deus quiser. Questionado se é mais conservador ou progressista, frisa que não gosta desses termos e brinca dizendo que isso, o povo tem que descobrir. Prefere salientar que é a favor da vida e não só a humana, pois é defensor da preservação do meio ambiente. “Eu olho no evangelho para saber o que devo fazer, a Bíblia me dá o rumo”.

Ele é bem atrelado às causas sociais, prova disso é que foi eleito pelos bispos, três vezes consecutivas, como presidente da conferência dos bispos de todas as pastorais sociais do Brasil. Filho de pequenos agricultores, tem origem simples e não gosta muito de usar batina.

Conta que adora andar de calção, calça jeans e chinelo, e ama cozinhar, principalmente quando é churrasco. “Gosto de pegar no pesado, o que vier na frente é comigo”. A favor da Renovação Carismática Católica (RCC), deixa claro que não pertence à nenhuma pastoral específica, pois é da igreja. “A RCC fez grandes serviços e tudo que é feito dentro do que a igreja ensina, terá o meu apoio”.

Dom

A motivação para seguir a vida religiosa começou cedo, ainda quando era criança. “Minha mãe dizia que quando aprendi a falar, decidi ser padre”. Sua principal brincadeira na roça era ser padre e os irmãos seus ajudantes na igreja.

De certa forma, isso na realidade aconteceu, pois dois de seus irmãos são ministros. Em sua família, ele é o único que virou padre. Mas ele não se sente especial por isso. “Um bom casamento é tão importante quanto ser um padre, uma irmã ou um bispo. Afinal, o fundamento de tudo é uma família bem constituída que é a base para a sociedade”.

Como aconteceu

Desde o dia 15 de janeiro, Dom Guilherme sabe que é o novo bispo de Lages. A notícia foi dada pelo Núncio Apostólico, Dom Giovanni d’Aniello, que é representante do Papa Francisco. Depois de receber a informação, há uma semana o novo bispo de Lages entrou em contato com o atual para combinar sua chegada.

Entretanto, prefere, conversar pessoalmente com Dom Nelson, sobre a data da posse de seu mandato.  Quando assumir, verá as demandas de Lages e região, afinal a diocese da cidade compreende 23 municípios. Será a primeira vez que Dom Guilherme virá para Lages, ele nunca parou na Princesa da Serra, somente passou pela rodovia para chegar a outros destinos.

Bispo Dom Nelson volta para São Paulo

No dia 4 fevereiro de 2017, a missão de Dom Nelson Westrupp, que tem 59 anos de vida religiosa, começou em Lages, e ontem, terminou com o anúncio do novo bispo diocesano. Ele que é bispo emérito de Santo André (SP), deu continuidade aos trabalhos executados por Dom Irineu Andreassa, que foi transferido para a Diocese de Ituiutaba (MG).

Catarinense, nascido na Localidade de São Luís, em Imaruí, município que pertence a diocese de Tubarão, agora voltará para Santo André, em São Paulo, onde é bispo emérito. Durante um pouco mais de um ano que ficou em Lages, afirma que, principalmente, realizou celebrações do sacramento da Crisma. “O bispo titular é que deve assumir sua linha pastoral, a minha missão é transitória nesse tempo que a diocese estava, que se chama de vacância”.

Apesar de já ter sido liberado pelo Papa para se ausentar das atividades da igreja, ele com 78 anos de idade, enfatiza que um padre nunca para de trabalhar. Prova disso, foi o que aconteceu na sua vida religiosa. Ele foi bispo de Santo André por 12 anos e pediu renúncia, mas o Papa Francisco pediu para assumir a diocese de Lages, quando Dom Irineu foi transferido.

Avaliação

Ficar um ano em Lages, serviu para Dom Nelson como uma ótima experiência, segundo ele mesmo classifica. Como bispo titular, o religioso trabalhou por 25 anos em outras duas dioceses. Enquanto estava nesta diocese, se sentia lageano.

Ele revela que gostou do povo acolhedor da diocese de Lages e das belas paisagens naturais da Serra Catarinense. “Conheci pessoas de mentalidades diversas e isso nos faz crescer como ser humano. Meu serviço era passageiro aqui e não tomei iniciativas novas, porque não era essa a missão”.

Curiosidade

A localidade que ele nasceu é também terra da primeira beata brasileira, Albertina Berkenbrock. Filha de imigrantes alemães, a jovem foi assassinada aos doze anos de idade ao resistir a uma tentativa de estupro. O primeiro sinal de santidade de Albertina ocorreu já no dia de sua morte. O sangue jorrava do pescoço dela sempre que o agressor, ex-empregado do seu pai, se aproximava do caixão.

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