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Detentas recebem certificado de cabeleireira e maquiagem
Embora não saiba qual a sua pena, pois está presa em regime provisório, S. A., de 21 anos, está satisfeita com a capacitação que obteve no curso de cabeleireira. No sistema prisional desde julho do ano passado, ela que é mãe de duas meninas de 4 e 2 anos, disse que saberá aproveitar a oportunidade quando estiver em liberdade. “Aprendi muito e já gostava de me cuidar. Na rua não tive chance de me capacitar e aqui posso fazer planos. Quando sair, pretendo abrir um negócio”, disse a jovem que cumpre prisão no Presídio Regional de Lages por tráfico de drogas. A reeducanda está presa com sua irmã mais nova, S., de 19 anos, pelo mesmo crime.
Os depoimentos das jovens são quase unânimes: sobretudo porque vislumbram um futuro melhor e pensam em ser empreendedoras fora da cadeia. Presa há oito anos, M.E., de 59 anos, também sonha em abrir seu próprio negócio.
As três fazem parte do grupo de 20 reeducandas que fizeram o curso de capacitação profissional de Cabeleireiro Básico e Maquiagem, sob a orientação das professoras voluntárias Seomara Aparecida Souza Polleza e Fabiula da Silva Vaz.
A realização do curso foi possível por causa da parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, através do Programa Qualifica Mulher. As aulas começaram em agosto e encerraram-se neste mês, totalizando 30/hs aula.
A ação tem como objetivo reduzir os índices de reincidência criminal, por meio da capacitação profissional desse público e treinamento técnico, propiciando um leque maior de alternativas para obtenção de trabalho após ou durante o período de reclusão.
O juiz da Vara Regional de Execuções Penais, Juliano Schneider de Souza, vê a qualificação como uma oportunidade de fazer algo novo fora do presídio. “As pessoas que estão privadas de liberdade não estão privadas de evoluir em seus interesses. Acredito que o conhecimento é transformador. A qualificação é a oportunidade fazer algo diferente lá fora”, ressaltou.
Para o gerente do Presídio Regional de Lages, Diego Costa Lopes, as qualificações só acontecem graças às parcerias. Ele anunciou que o próximo curso a ser oferecido para as mulheres detentas é o manipulação de alimentos. “Poderemos, no futuro, formar mais reeducandos, em diversas áreas. Conseguiremos que os reeducando tenham uma formação. Até o final do ano teremos mais duas turmas formadas”, explica. Diego se refere às 15 vagas oferecidas para trabalhar em cozinhas de restaurantes, dessas, segundo ele, 10 vagas serão destinadas para mulheres trabalharem no próprio presídio. A nova cozinha será inaugurada dia 20 de novembro. Os homens que trabalham no antigo espaço serão recolocados em outros convênios,.
A quem se destina
Podem fazer o curso quem não tem uma profissão, cumpriu ao menos 50% da pena e tem bom comportamento.