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CPI vê divergências nos depoimentos de testemunhas
Os trabalhos da “CPI da Infelicidade”, criada para investigar supostos desvios de materiais do Natal Felicidade de 2016, em Lages, continuam. Esta semana, houve o interrogatório de autoridades políticas do município de Paulo Frontin (PR). Em outubro deste ano, o prefeito desta cidade esteve em Lages e a suspeita é de que materiais daqui foram levados até esta cidade paranaense.
A CPI apura um suposto sumiço de enfeites de Natal do barracão da prefeitura, que fica na Praça dos Bandeirantes. O Ministério Público de Santa Catarina também investiga o caso. Segundo o presidente da comissão, vereador Jair Júnior (PSD), nove testemunhas já foram ouvidas e “diversas divergências já foram identificadas nos depoimentos”.
Além de Jair, outros dois vereadores da comissão (Lucas Neves- PP e Bruno Hartmann – PSDB) viajaram até Paulo Frontin. Lá, eles colheram o depoimento do prefeito, da secretária de Educação, do diretor de Obras e do presidente da Câmara de Vereadores daquele município.
A comissão viajou de carro particular e bancou o gasto da viagem do próprio bolso, uma vez que a presidência da Câmara não autorizou as despesas e nem cedeu o carro para o deslocamento. O presidente do Legislativo, Luiz Marin, alegou que a comissão não solicitou as diárias a tempo e, por esta razão, não autorizou a viagem sob pena de desrespeitar a “ordem e a legalidade”.
Comissão quer novas intimações
Instaurada há cerca de um mês, a CPI tem 120 dias para concluir os trabalhos, que seguirão durante o recesso parlamentar. Ao final da apuração, será emitido um relatório final que será encaminhado ao Ministério Público para as providências. Até agora, nove testemunhas já foram ouvidas. Outras cinco ligadas à atual administração serão intimadas para prestar esclarecimentos. Jair informou que, no depoimento, o prefeito de Paulo Frontin alegou que esteve em Lages para ver “como era a decoração natalina” da cidade. Ao ser questionado onde tinha comprado a decoração daquela cidade, respondeu que comprou os materiais via licitação de uma empresa do Paraná.
O ex-secretário de Turismo de Lages, Flávio Agustini (Flavinho) disse ser “o maior interessado que o caso seja esclarecido”. Declarando estar triste e decepcionado com a situação, lamentou que parte da decoração do Natal de 2016 “não está nas ruas este ano”. Disse que, quando deixou a pasta, foi deixado um relatório de transição com a lista de todos os materiais. Sobre o inventário dos enfeites, respondeu que o mesmo não estava atualizado, mas frisou que o montante pode ser averiguado nas licitações feitas na época, confrontando com o que existe hoje. A atual administração prefere não se manifestar até que as investigações sejam concluídas.