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Coronel Pacheco deixa comando do Corpo de Bombeiros

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Coronel estava à frente do Batalhão de Bombeiros desde março do ano passado - Foto: Bega Godóy

O coronel Ariovaldo da Silva Pacheco, de 47 anos, vai deixar o comando do 5º Batalhão de Bombeiros Militar de Lages. No seu lugar entra o tenente-coronel Paulo Diniz Arruda Nunes. Ariovaldo assumiu a função em março de 2017 e vai para a diretoria de pessoal do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), em Florianópolis. Ele, que é o 9º oficial mais antigo do Estado, fica à frente da instituição até quinta-feira (4).

O Bombeiro começou a carreira militar com 18 anos. Natural de Curitibanos, Ariovaldo foi responsável por implantar o Pelotão de Polícia Militar em Correia Pinto, onde ficou um ano e meio. O também advogado já foi assessor jurídico do 6º Batalhão de Polícia Militar de Lages. Comandou o batalhão onde havia PMs e Bombeiros em São Joaquim, de 2001 a 2003. Foi chefe da seção de planejamento e instrução e, também, da seção de atividades técnicas do 5º Batalhão. Comandou a 1ª Cia do CBM e, com a emancipação em 2003 do CBM e da PM, decidiu optar pela carreira de bombeiro. Ficou até 2010, quando fez o curso de Comando e Estado Maior (CCEM) e trabalhou na direção do hospital da PM como assessor jurídico em Florianópolis, deixando o cargo em 2012. Neste mesmo ano comandou a Cia de Bombeiros de São Joaquim. No ano seguinte, foi para Curitibanos, onde exerceu a função de subcomandante, ficando até 2015, quando, em nova transferência, assumiu a controladoria do comando-geral do CBMSC. Em 2016, foi transferido para Curitibanos e foi comandante do Batalhão por quatro meses. Ainda em 2016, foi subcomandante do 5º Batalhão de Bombeiros de Lages e, em março de 2017, promovido a coronel e fica à frente do 5º CBM de Lages. Sob o seu comando, em torno de 200 homens no batalhão, que atende 48 municípios, sendo que há batalhão em 14 cidades, dos outros apenas postos ou destacamentos. O Coronel falou da sua gestão, das mudanças, da parceria com o Samu, da doação do terreno da Casan para o Batalhão e de contratações.   

Correio Lageano: Como o senhor avalia a sua gestão frente a corporação?

Coronel Ariovaldo:  Avaliar a gestão é temerável porque a gente tem uma visão de gestão e o que a gente pensa nem sempre é o que outros veem. O clima organizacional, hoje, no batalhão é fantástico. A equipe que temos, desde os oficiais até os soldados, é fantástica. Quando se tem boa equipe, basta deixar que ela trabalhe, os incentive. Uma gestão maravilhosa e de realização, cheia de conquistas de um grupo de bombeiros militares nesta parte do Estado. Estou feliz, realizado e acho que poderia ter feito mais. Sou inquieto, não me contento. Nunca estou plenamente satisfeito, realizado, sim; neste tempo que passei aqui, face às conquistas da equipe que são muitas.

Quais são essas conquistas?

Melhoria das condições de Equipamentos de Proteção Individual (IPI) dos nossos bombeiros, pois adquirimos um equipamento completo para cada bombeiro (custou R$20 mil cada). Um caminhão de combate a incêndio e resgate e uma ambulância (Auto Socorro de Urgência – ASO) que foi comprada com recursos de Lages, além da reforma de toda a estrutura do quartel. Temos projeto elaborado para a ampliação da nossa edificação. Construímos uma organização em Pouso Redondo, vamos mudar a sede de Rio do Sul, onde já conseguimos um terreno. Outras conquistas que considero um sonho: a reforma do Posto Avançado na Área Industrial, que vai atender toda parte alta da cidade. E que vamos reativar nos próximos dias. Conseguimos o terreno da antiga Casan. Nós e a PM fizemos uma divisão e vamos utilizar o espaço; já está tudo sacramentado pela Secretaria de Administração. Lá pretendemos abrir o Centro de Treinamento Cão-Barney.

Quando chega o “substituto” do labrador Barney?

 Estamos esperando a ninhada nascer por esses dias. Com 45 dias, o labrador pode começar a ser treinado. Substituto nunca haverá. Nenhum é igual ao outro, mesmo com a nossa ferramenta de trabalho chegando ao quartel.

A parceria como Samu, que passou a funcionar no início de 2018 junto com o Batalhão, foi positiva? 

Coronel: Recebemos o Samu numa parceria que está dando certo. Quem ganhou foi a população, que conta com atendimento diferenciado com a presença de um médico na central de regulação. Somos a primeira central de regulação do Estado. Temos projeto para ampliar as acomodações do Samu e já temos verba de R$ 200 mil reais do Governo Federal. 

Como está o problema da falta de efetivo, afinal, muitos estão se aposentando?

Coronel: O efetivo ideal nunca irá existir, mas estamos com uma dinâmica de prestação de serviço que julgamos satisfatória. Temos já 300 aprovados entrando. E o Comando-Geral fará o chamamento de outros quase 300 aprovados, e tem ideia de ao invés de chamar 300, mais 100 (chamar 100 a cada ano), pensando no futuro por conta das reservas. Se chamar todos juntos, a aposentadoria também será no mesmo período. Será ruim 100 agora, mas evita problemas no futuro. Com a rotina de atendimentos que a gente tem e com apoio dos Bombeiros Comunitários, estamos atendendo a população e conseguindo sobreviver e com muito esforço dos bombeiros, que por muitas vezes exercem mais de uma função. Somos padre, psicólogos, professores…..

Passagem de comando  

 A formatura de passagem de comando será na quinta-feira (4), no Pátio do 5º Corpo de Bombeiros Militar (CBM. Caso as condições climáticas não sejam favoráveis, um novo local e horário será divulgado. Além da passagem de comando, a formatura contará com os atos de formatura de Curso Básico de Atendimento de Emergências (CBAE) e, também, será anunciado ao 5º BBM a doação do terreno onde era antiga estrutura da CASAN. Anteriormente cedido através de Termo de Cooperação Técnica, o terreno agora será transferido ao 5º BBM através da portaria nº 202 do DOE de 17/05/2019 que transfere administração de 9.262,00 m² deste espaço. Neste espaço, será pretendido a construção do Centro de Treinamento do 5º BBM denominado CT Barney, o Cão Bombeiro.

História 

Em 1835, foi fundada a Polícia Militar e uma das funções era de “acudir incêndio”, expressão usada na época. Em 1926, surgiu a primeira estação de Bombeiros SC, em Florianópolis, para acudir incêndios. Os Bombeiros do Brasil perceberam que muitas situações (acidentes) não havia especificação de quem era a atribuição no atendimento. O atendimento pré-hospitalar nos anos de 1980 era feito pela PM, por exemplo, e não tinha viatura apropriada, atendia de forma precária e sem treinamento. Faziam por que ninguém fazia. 

O Bombeiro começou a fazer certos atendimentos. A missão do bombeiro está na Constituição Federal e Estadual, com ações de socorro e de defesa civil. No entanto, incêndios, a exemplo do edifício Joelma em São Paulo, motivaram a necessidade de atividade técnica e a normatização da função (porta de saída, mangueiras e outros) e o bombeiro começou a fazer a fiscalização, contemplado com missões que executa até hoje (resgate de pessoas, desencarceramento, atendimento pré-hospitalar, entre outros).

 

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