Economia e Negócios

Construção Civil quer ajuda para não demitir

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A retomada de obras foi autorizada pelo Governo do Estado / Foto: Adecir Morais

Depois da pausa de duas semanas, por conta da crise do novo coronavírus, o setor de construção civil retomou as atividades, ontem, em Santa Catarina, e  agora busca a recuperação. A liberação ocorreu a partir de decisão do governador do Estado, Carlos Moisés, efetivada por meio de portaria. As atividades das empresas, no entanto, precisam respeitar as normas de segurança para evitar o contágio do coronavírus.

Segundo o governador, a liberação proporciona um tratamento igualitário ao setor da construção civil, uma vez que as obras públicas já haviam sido retomadas no começo da semana. Carlos Moisés salienta que as empresas precisarão respeitar as normas de distanciamento social e de liberação do trabalho de pessoas do grupo de risco.

As empresas precisarão respeitar as normas estabelecidas pelo Governo do Estado. A retomada gradativa das atividades precisa ocorrer de forma segura e as reuniões do Núcleo Econômico nos levam a ter mais estabilidade na tomada das decisões”, afirmou o governador.

O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Lages (Sinduscon), Fabiano Ventura, diz que a liberação das obras vem aliviar o impacto da crise do setor. Ele lembrou que, durante a paralisação, as empresas precisam adotar medidas para, por exemplo, assegurar a manutenção dos empregos. Uma das alternativas foi conceder férias coletivas para os funcionários.

“Para amenizar os prejuízos causados pela paralisação, algumas empresas deram férias coletivas a seus colaboradores, outras usaram o período parado para descontar do banco de horas. Estas foram medidas paliativas para evitar demissões”, explica Fabiano. Ele garante que as atividades foram retomadas com os devidos cuidados para evitar o coronavírus.

A construção civil é um setor importante para a economia catarinense. Segundo Fabiano, no Estado ela gera cerca de 100 mil empregos, e é responsável por aproximadamente 4% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual. Fabiano disse que o setor ainda não fez os cálculos dos prejuízos causados pela suspensão dos serviços.

 

Demitir é a última alternativa

Ele avalia que os empresários do setor estão trabalhando para buscar outras saídas para driblar a crise. O programa emergencial do Governo Federal, voltado à manutenção do emprego durante a pandemia de coronavírus, pode ser uma delas. O programa permitirá a redução da jornada de trabalho e do salário dos trabalhadores em 25%, 50% ou 70%. Haverá complementação por parte do governo.

“Também estamos buscando linha de crédito para o setor, e as demissões serão nossa última alternativa. Nossa maior preocupação é com os pequenos empresários, alguns deles não vão conseguir se manter”.

 

Outros pontos da portaria

A portaria determina, também, a liberação do funcionamento dos estabelecimentos comerciais de materiais de construção, ferragens, ferramentas, material elétrico, cimento, tintas, vernizes e materiais para pintura, mármores, granitos e pedras de revestimento, vidros, espelhos e vitrais, madeira e artefatos, materiais hidráulicos, cal, areia, pedra britada, tijolos e telhas.

O chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Douglas Borba, informou que as decisões tomadas pelo Núcleo Econômico serão soberanas, com a participação de todos os entes, tanto públicos quanto privados. “Estamos buscando um equilíbrio das ações. As condições sanitárias serão respeitadas e todas as decisões preservarão a saúde dos catarinenses, com intensa fiscalização”, frisou.

 

Construtora de Lages defende criação de linha de crédito para o setor

“O setor da construção civil, com certeza, é um grande alicerce para a economia não afundar. Então, na minha opinião, o governo deverá, urgente, lançar uma linha de crédito para capital de giro e também para compra de imóveis com juros baixos. Nesse caso, eu acredito que o impacto não será sentido com muita intensidade.” A avaliação é do empresário Marco Antonio Ambrosio, da Ambrosio & Melo Construtora e Incorporadora e proprietário de uma loja de material de construção.

Para ele, um ponto importante que a população vai perceber, é que os valores dos imóveis que estão sendo praticados até o momento vão continuar ou, até mesmo, ter algumas alterações diante do aumento que está sendo repassado pelas indústrias.

É fato que as lojas de material de construção tiveram prejuízos por estarem com as portas fechadas, mas o empresário acredita que, nos próximos meses, tudo voltará ao normal, não esquecendo que o governo terá que fazer a sua parte para movimentar novamente a economia.

Marco garante que a construtora não irá demitir nenhum funcionário. “Estamos programados para entregar nossa obra em quatro anos, ou seja, estamos trabalhando com toda a força, pois acredito que as vendas de apartamentos irão voltar ao normal em um curto prazo.”

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