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Começam as obras no Casarão Juca Antunes
A tão esperada placa que indica o começo da obra de revitalização do Casarão Juca Antunes foi afixada no local. Depois de mais de dois anos, o prédio recebe os cuidados para que logo, abrir as portas para o público.
A assessoria de imprensa da empresa China Three Gorges (CTG Brasil) que, através de um Termo de Ajuste de Conduta, realizará a obra, informou, por meio de nota, que ainda não divulgará detalhes de prazo e valores. O valor, que também será pago pela empresa, não foi informado, mas estima-se que seja entre R$ 600 mil e R$ 1 milhão.
Para a divulgação dos dados oficiais, estão programando um evento, que será realizado em Lages, provavelmente, em fevereiro, para apresentar o projeto. A CTG contratou a empresa Terra Engenharia, de Lages, para assumir a revitalização. A Terra também é responsável pelas obras de revitalização do Centro e do Mercado Público.
Em março de 2017, a empresa que realizou o projeto de revitalização foi definida. Para o projeto executivo dar início à obra, foi entregue e aprovado pela Secretaria de Planejamento e Obras no segundo semestre de 2018.
E, em agosto do ano passado, o projeto foi finalmente aprovado pela Fundação Catarinense de Cultura, órgão que havia pedido ajustes no projeto. Por causa da demora para essa aprovação, a Fundação Cultural de Lages acionou o Ministério Público para que agilizasse o início da obra.
Sem definição para o uso do espaço
Depois de pronto, a estrutura será novamente entregue para o município. Ainda não está definido sobre a utilização, mas já surgiram boatos que ali pode abrir o arquivo municipal ou a nova sede da Fundação Cultural.
Entretanto, nada está formalizado. O coordenador de difusão e articulação cultural, Fabricio Furtado, explica que a princípio, será feito um chamamento de pessoas da comunidade envolvida e representantes do município para definir a utilização. Mas ainda não há um prazo para isso.
Histórico
Situado no Centro de Lages, o casarão pertenceu ao Coronel José Antunes Lima, conhecido como Juca Antunes, importante político da região. A residência foi construída por volta de 1850, de acordo com o pesquisador Fabiano Teixeira. A estrutura é o último registro do século XIX em arquitetura luso-brasileira, em Lages.
A desapropriação e a posse da estrutura só aconteceram no final do ano passado, após decisão judicial. No trabalho do pesquisador Fabiano Teixeira, ele explica que as paredes internas foram construídas em pau-a-pique, solução incomum para a época, pois a maioria das residências eram construídas em taipa de mão ou madeira.
Na esquina das Ruas Coronel Córdova com a João de Castro, foi demolida uma casa semelhante ao casarão, na década de 1940, e no local construída a Agência de Correios, além de moradias nas esquinas da Rua Nereu Ramos com a Praça João Ribeiro. Juntamente ao Palacete Gamborgi, no encontro das ruas Marechal Deodoro e Hercílio Luz, o casarão foi tombado em 1990 como Patrimônio Estadual de Santa Catarina.
Em 2006, o Casarão Juca Antunes passou por uma reforma, que custou R$ 91 mil, com a recuperação do jardim, parte elétrica e hidráulica, aberturas, forro, telhado e calçadas, além da construção de banheiros e outros resgates arquitetônicos. Na época, o local foi utilizado como mercearia. Três anos depois, sofreu interdição, mas na época, ainda pertencia a uma família lageana.