Com leilões e feiras autorizados, Lages realizará três eventos

A realização de feiras e leilões de bovinos, no período de quarentena, está autorizada pelo Governo do Estado de Santa Catarina, que publicou, na semana passada, uma portaria especificando todas as medidas necessárias para a realização de tais eventos. A recomendação é para que as feiras e leilões aconteçam após o dia 23 de abril.

De acordo com a portaria, publicada em 10 de abril, os organizadores deverão transmitir os eventos online e seguir diversas recomendações para evitar aglomerações e diminuir os riscos de contaminação com o novo coronavírus.

Dentre as regras está a obrigatoriedade que todos os envolvidos, desde organizadores, participantes e até visitantes, terão que usar máscaras.

Além disso, a visitação aos animais será feita mediante agendamento prévio, com controle de acessos, para evitar aglomerações.

Os organizadores dos eventos também terão que disponibilizar álcool em gel 70% em locais estratégicos para que as pessoas possam higienizar as mãos.

“A Federação apresentou um pedido ao Governo do Estado, em função de que, nos meses de abril e maio, na Serra Catarinense, acontece a desmama dos animais e a comercialização dos terneiros, é a safra do criador, onde ele faz a venda e capitalização, tendo em vista que a pecuária de corte, no caso da cria, a receita é anual”, comenta o vice-presidente de Finanças da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Antônio Marcos Pagani de Souza. Ele avalia que a medida representa o apoio do Estado à produção pecuária catarinense.

Em Lages, já estão programados três eventos do gênero: A Feira do Terneiro e da Terneira, cuja primeira etapa será realizada em 2 de maio, a partir das 14 horas, e a segunda em 9 de maio, no mesmo horário. O terceiro evento será a Feira do Gado Geral, em 11 de maio, também às 14 horas.

As três feiras terão o mesmo formato: os animais a serem vendidos ficarão expostos no Parque de Exposições Conta Dinheiro – levados por seus proprietários em horários pré-determinados pela organização – e os interessados poderão conhecê-los agendando visitas ao parque.

A comercialização será online, nas datas e horários determinados, pelo site Lance Rural. Os animais arrematados poderão ser retirados posteriormente, pelo novo proprietário, também com horário agendado.

Segundo Antônio Marcos, no próximo sábado (19), a Associação Rural e o Sindicato Rural de Caçador, no Meio-Oeste Catarinense, realizam uma feira que acontecerá em um formato diferente.

Ao invés de fazer exposição dos animais que estarão à venda, eles ficarão nas propriedades rurais onde foram criados.

Os compradores poderão conhecer o gado por um vídeo feito nas propriedades e, no sábado, fazer a negociação e oferecer os lances pela internet.

“O comprador, ao invés de ir no parque de exposições, vai buscar esses animais nas propriedades rurais. É uma movimentação de poucas pessoas e vamos fazer a comercialização de forma segura”, completa.

Serra tem vocação para a pecuária

A pecuária faz parte da história da região e do surgimento dos municípios da Serra Catarinense. Centenária, até hoje responde como um dos principais pilares da economia para a maioria dos municípios. Tanto que a região concentra o maior rebanho do estado. São quase 100 mil cabeças somente em Lages. 

Mas, apesar de ser tradicional, a atividade soube se reinventar ao longo dos anos. Produtores rurais investiram no melhoramento do campo nativo, atividade que contou com a parceria da Epagri.

Da mesma forma, ocorreu com o melhoramento genético. Atualmente, a Serra é referência nacional na produção de animais de qualidade superior.

A produção leiteira se concentra na região Oeste de Santa Catarina, mas quando o assunto é pecuária de corte é a Serra dá as cartas.