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Com estiagem, falta água no interior de Lages
O cenário na represa do Salto Caveiras, em Lages, não é mais o mesmo. As pedras expostas revelam que o local vem sofrendo os reflexos da estiagem prolongada. Na cascata artificial que fica logo abaixo da represa e na cachoeira que fica ao lado da usina da Celesc, a água parou de cair. A falta de chuva também afastou os visitantes do Salto, conhecido como a “praia do lageanos”.
Marcos Flávio de Souza, de 55 anos, que mora ao lado da represa, disse que nunca imaginava ver o local com o nível tão baixo. “Moro aqui há 10 anos e nunca tinha visto algo parecido. O rio começou a baixar em setembro do ano passado e não parou mais. As chuvas da semana fizeram aumentar um pouco o nível, mas a situação continua crítica”, disse.
A seca também afastou os pescadores do reservatório, que está cerca de 3 metros abaixo da cota que a represa comporta, conforme indicam réguas fincadas nos barrancos. O turismo no local diminuiu, e o fluxo de barcos evaporou.
Até o lixo descartado indevidamente pela população, como pneus e garrafas pet, está exposto às margens da represa. Em frente à casa de Marcos, há uma pilha de pneus velhos.
“A navegação aqui diminuiu 70%, isso porque o nível da represa está muito baixo, e os barcos podem enroscar em tocos. Os pescadores também desapareceram e, em alguns lugares, os peixes estão morrendo. Para isso aqui voltar ao normal, tem de chover uns 15 dias seguidos”, acrescentou Marcos. Para ele, o rio está abandonado e precisa de uma maior atenção do poder público em todos os sentidos.
Quem também está preocupado com os efeitos da estiagem é o morador Pedro Cardozo, de 61 anos. Ele mora há 33 anos no Salto e revela que está abismado com a situação da barragem. “A coisa tá feia. Nunca imaginava ver o rio nesta situação”, declarou.
Mesmo com o nível baixo do Rio Caveiras, a captação de água por parte da Secretaria Municipal de Águas e Saneamento (Semasa) continua normal, de acordo com o secretário da pasta, Jurandi Agustini. O Caveiras é responsável por abastecer toda a cidade de Lages.
“O nível do rio baixou, mas não há nada que preocupe. Nossa maior preocupação é em relação ao abastecimento das comunidades do interior do município. Algumas fontes secaram, prejudicando o fornecimento de água em alguns pontos”, informou.