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#CLentrevista o secretário Samuel Ramos

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Foto: Marcela Ramos

Correio Lageano: Qual a situação do abrigo temporário, após o incêndio?

Samuel Ramos: Na terça-feira (30), tivemos um princípio de incêndio, por volta das 7h15, na parte de depósito de rouparia. Foi controlado pelos próprios funcionários e, em seguida, chegou o Corpo de Bombeiros. O abrigo provisório fica no antigo seminário, na subida da Avenida Papa João 23, e ali acolhemos em torno de 50 pessoas por noite. No período de mais frio, acolhemos de 70 a 80 pessoas. O abrigo não é nosso, é locado da Diocese, pagamos R$ 2.500 de aluguel. Alugamos por quatro até seis meses. Existia um projeto dos bombeiros para o antigo proprietário, que era a Uniasselvi. Com o ocorrido de terça, o Corpo de Bombeiros fez uma reavaliação do local que não havia sido feita e solicitou que façamos as adequações até o mês de setembro. Quinta-feira (1), iniciamos o trabalho de regulamentação, para que o abrigo pudésse estar em funcionamento o quanto antes. Pois nesse fim de semana o frio será muito intenso. É um trabalho primordial e não é hora de a gente julgar aqueles que estão na rua. Precisamos acolher eles. Tivemos um caso uma vez, que uma pessoa estava em estado de hipotermia, mas não aceitava o acolhimento e  conseguimos, através da ajuda da Defesa Civil, fazer esse acolhimento e permitir que essa pessoa não fosse a óbito na rua. É um trabalho primordial, ninguém da Amures faz, e poucas cidades do Estado atendem da forma que a gente atende essas pessoas. 

Além do abrigo temporários vocês trabalham com o centro POP, que também dá assistência para essas pessoas. 

O Centro Pop, fica na Rua São Joaquim, e ali temos o atendimento durante o dia, ou seja, o Acolhimento POP, que é permanente e fica perto da Uniplac, com treinamento para capacitação, acompanhamento técnico e trabalho em rede com a saúde. Temos o Acolhimento Provisório que é para o período de frio e temos o Centro POP, que funciona durante o dia, para tratamento de higiene, acompanhamento técnico e alimentação. Por dia, temos a média de 70 a 80 pessoas atendidas. Lembrando que não podemos obrigar eles a entrar no nosso serviço, não podemos obrigar ninguém a sair da rua. Oferecemos alimentação, um banho quente, roupas e aconchego. Por isso, quando você vir essas pessoas na sinaleiras pedindo dinheiro, não dê esmola, porque quando eles dizem que é para se alimentar, na verdade,  é para o vício deles, pois têm alimento dentro do acolhimento. 

Em relação às políticas públicas para os idosos, como funciona esse programa? De que forma essa população é atendida?

Temos uma violação [de direito] muito grande em nossa cidade em relação ao idoso. Ano passado, tivemos cerca de 84 a 96 denúncias. Nós criamos, então, em 2018, um Centro de Convivência do Idoso, no Bairro da Várzea, e lá nós temos a prevenção, ou seja, temos atendimento de 500 idosos por mês, eles vão a cada 15 dias, todos os dias. Lá nós temos fisioterapia, temos trabalho com o técnico de assistência social, psicólogo, alimentação, dança, teatro, temos muitas atividades para que seja um centro de convivência. Tivemos o concurso da Miss da Melhor Idade, e foi muito interessante.

Além disso, estamos quase inaugurando o Centro Dia do Idoso, no Bairro Centenário. Temos piscina térmica, quartos e usamos o termo “creche para idosos”. O idoso que não precisa ser retirado do núcleo familiar, mas que pode passar o dia conosco, com todo o acompanhamento técnico, e no final do dia ele volta para casa. Com isso, estamos implementando, tarefas de artesanatos, atividades físicas e dentre outras atividades. 

Além dos idosos, a secretaria também trabalha com as crianças e adolescentes. Como é realizado esse trabalho?

Temos dois acolhimento institucionais, que acolhem as crianças que foram tiradas da família por conta de alguma violação de direito. Temos uma média de 35 a 40 crianças acolhidas. Nosso trabalho é garantir que a criança tenha a vida mais próxima possível da sociedade. Temos mais de 60 funcionários que cuidam do acolhimento institucional. Com a parceria do Conselho Tutelar e da Justiça, a gente consegue fazer com que elas voltem para o núcleo de onde foram tiradas, ou ir para uma família substituta. Isso tem dado muito resultado. 

Com todo esse trabalho realizado aqui em Lages, de assistência social, o senhor tem sido chamado para participar de congressos e eventos para levar esse trabalho para fora. Como isso funciona? 

Recentemente, fomos convidados para dar uma palestra em Foz do Iguaçu, no Colegiado Nacional de Gestores de Assistência Social, e lá nós podemos falar como referência de gestão de assistência social orçamentária na região sul do país. O convite veio pelo próprio Governo do Estado que nos indicou. Falamos por dois dias, para mais de 300 secretários, de várias cidades da região sul e de Brasília. Fomos em Itajaí e falamos para 11 municípios do Litoral, sobre a gestão habitacional que temos aqui, como a criação do Lages Meu Lar, que vai beneficiar mais de 400 pessoas com o contrato com a participação do Banco da Família. 

Colaborou: Marcela Ramos

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