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#CLentrevista o maestro Jean Reis do Música na Serra

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Foto: Marcela Ramos

Correio Lageano: O que é o Festival Internacional Música na Serra?

Jean Reis: É um festival que tem atividades de música durante o dia inteiro, e a semana inteira, envolvendo alunos que vêm de todo o  Brasil e do exterior, para terem aulas com professores que vêm de fora para ministrar essa troca de informações durante a semana aqui em Lages. Os alunos vêm de seus lugares de origem, se hospedam em Lages e, durante a semana, têm aulas. Pela manhã, tem orquestra sinfônica, das 9h às 12h; à tarde, têm aulas com os professores das 14h até as 17h e, depois, à noite, os concertos musicais. Que são abertos ao público gratuitamente, no Teatro Marajoara. 

Esse festival é dirigido para músicos que já têm uma formação musical? 

Os alunos não são iniciantes na música. A maioria faz faculdade de música. Nós fazemos uma seleção para que a orquestra sinfônica esteja formada, com todos os grupos de instrumentos específicos da orquestra. 

Isso muda o comportamento das pessoas que vivem na cidade em relação à música? 

Nós temos a tendência de subestimar um pouco as pessoas que não estudam música. Mas a sensibilidade é natural das pessoas, você não precisa ter conhecimento de um engenheiro mecânico para saber que um carro é bom. Você simplesmente entra no carro e sente que ele é bom. Você não precisa ser músico, para saber se o que está ouvindo é boa música ou não. Não precisa nem ser uma música do estilo que você está acostumado a ouvir. Se você escuta música clássica, popular ou sertaneja, dentro de cada estilo tem as que são boas e outras nem tão boas. Você não precisa saber o que foi feito para a música ser linda, mas você sabe que é bonita e sabe que lhe toca. Quando você trata de música colocada para o público, as pessoas sabem valorizar aquilo que elas mesmas estão sentindo. Temos um público que vem, assiste e reage ao que está acontecendo no palco. 

Estamos na sétima edição do Festival Internacional Música na Serra, aqui em Lages. Dá para perceber uma mudança de comportamento do público, comparando-se com a primeira edição? 

No lugar de comportamento, prefiro dizer reação. As pessoas continuam em sua rotina durante o dia, mas incluem mais alguma coisa: “ hoje dá para ir lá escutar o concerto”. Então, a rotina pode mudar um pouquinho, pois tem concerto todas as noites. Todos os dias às 20h, as pessoas vêm para o Teatro Marajoara. E você que está em casa, é hora de pensar que você pode vir para o Teatro, pois tem lugar para todo mundo aqui. As pessoas vão descobrindo que existe a possibilidade de ver um concerto pessoalmente e gratuitamente. É muito confortante para nós artistas sabermos que as pessoas estão prestando atenção no que contamos para elas através da música.  

Qual a programação para o Festival? 

Já estamos em andamento do festival. Tivemos a abertura [no dia 19) e alguns grupos que já se apresentaram. Misturamos as culturas através da música. Para nós, isso faz bem, pois chegamos na cidade e interagimos com os grupos musicais que vivem aqui, que foi o caso do grupo “ Quarteto Coração de Potro”. Inserimos no andamento musical deles a nossa participação, e fundimos a música erudita (clássica) com a nativista.  Não precisa falar a mesma língua, pois a música tem esse poder de unir pessoas e cultura. Espero cada um de vocês às 20h no Teatro Municipal Marajoara.

Colaborou: Marcela Ramos

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