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#CLentrevista Elusa Machado, vice-presidente da Associação Leoas da Serra

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Correio Lageano: O time Leoas da Serra e o projeto esportivo e social com as meninas continuarão neste ano?

Elusa Machado: Isso era uma grande incógnita, porque 2018 não foi um ano muito fácil. Tivemos poucas competições, somente seis, atingindo diretamente nosso financeiro, pois as competições nos ajudam, em função da portaria. Com um esforço muito grande da diretoria e com apoio incondicional que tivemos da Uniplac e da Prefeitura de Lages, vamos continuar o projeto, claro que, com alguns cortes.

Em relação ao time, há alguma alteração de elenco?

Praticamente o mesmo, mas teremos cortes em função da questão financeira que a Associação passa. Estamos em contato com algumas jogadoras que virão para o time, para agregar. Mas tivemos algumas saídas que serão divulgadas no dia 15 de fevereiro, que é o dia que as atletas serão apresentadas,

Apesar das dificuldades, o ano de 2018 teve coisas boas, foram diversas conquistas e premiações…

O ano de 2018 foi um marco importante para as Leoas da Serra. Trouxemos um título que jamais Lages teve acesso, que foi a Libertadores da América. Um orgulho para nós lageanos e para a Associação poder trazer essa taça. Além dessa, tivemos mais 10 conquistas. Foi um ano muito promissor em relação à premiação das atletas, tanto no sub-20 quanto do adulto. Tivemos a indicação, novamente, de duas atletas ao Prêmio Umbro de Futsal, que são as 10 melhores do futsal do mundo. A nossa Amandinha, atleta da Leoas da Serra, foi pela quinta vez consecutiva a melhor do mundo, e há três anos ela faz parte das Leoas, o que para nós é um orgulho. E a atleta Diana, sempre entre as 10. Neste ano, ficou em oitavo, como melhor do mundo. Também tivemos a indicação do nosso clube como sendo um dos melhores (de futsal) do mundo; e do nosso treinador (Esquerda) como sendo o único de futsal feminino. Ficamos felizes e, por conta disso, entendemos que somos o melhor do mundo, porque estamos entre os 10 e o único feminino. Isso traz um retorno importante para nossas atletas e também para a comunidade serrana e, principalmente, Lages. O esporte acaba incentivando as pessoas a praticar atividades físicas, estar nos estádios e ginásios, colabora com a saúde, isso é o que o projeto Leoas da Serra busca. Outra conquista são as escolinhas de futsal. O que aparece é o rendimento, as conquistas e os títulos, que é bacana para os patrocinadores e para a cidade, ganhar um campeonato, mas, por traz disso, temos mais de 300 meninas fazendo futsal nos bairros. E as aulas são com as nossas atletas, é uma alegria para as crianças, por exemplo, ter a Amandinha ou a Greice como professora. Com isso, a gente consegue trazer para essas meninas o empoderamento feminino, trabalhar a questão da violência em uma cidade tão machista como a nossa. Percebemos isso no dia a dia, e o relato das atletas é bem interessante, como as crianças levam isso para elas e como conseguem, através do esporte, mostrar para essas meninas que é possível e que mulher pode fazer ao que quiser fazer. As nossas conquistas foram de grande importância para nós e para os lageanos e, quiçá, em 2019 a gente tenha muito mais.

Quando voltam as escolinhas de futsal?

Voltam em fevereiro, porque atrelamos as escolinhas ao retorno das aulas, fazemos as aulas, geralmente, nas escolas, a parceria é entre escola e Leoas. E como as atletas estão em férias no mês de janeiro, o projeto retorna em fevereiro. Temos alguns polos que devem iniciar no fim de janeiro, que são àquela em que as crianças estão nos buscando e o colégio já teve a abertura para começar.

Como está a articulação para um campeonato mundial de futsal feminino?

É algo muito bacana, tomara que aconteça e está adiantada essa negociação. Que nós fomos campeãs da américa com a Libertadores e o Atlético de Madrid é o campeão Europeu. Houve uma proposta para que fizéssemos uma campeonato intercontinental e que o Atlético de Madrid viesse jogar em Lages. Interessante para trazer público para as Leoas e para a cidade. Nós vamos jogar em Madrid e o outro jogo em Lages. Estamos pleiteando junto a nossa diretoria que a final seja em Lages. A direção do Atlético de Madrid demonstrou interesse em conhecer. Mostramos os vídeos dos nossos jogos e o Jones Minosso (ginásio) estava lotado, isso chama a atenção, porque jogo feminino em ginásio lotado não é muito comum aqui no Brasil. Houve esse interesse do Atlético, estamos costurando essa conversa, temos apoio, a Prefeitura de Lages e a Uniplac, os nossos patrocinadores também. E deixo um pedido aos empresários da comunidade lageana, que nos apoiem, nos ajudem com patrocínio. Não seria nem uma ajuda, mas dar visibilidade para o projeto Leoas da Serra, para Lages e para a sua empresa e instituição, porque levamos o nome de Lages mundo afora.

Muitos confundem patrocínio com ajuda.

Essa é uma questão conceitual. As pessoas devem entender que quando ‘colam’ a marca na camiseta das Leoas, estão levando a sua marca mundo afora, que as pessoas estão discutindo isso. No Campeonato Mundial, quantas instituições estarão transmitindo o jogo, vamos tentar que a TV transmita esse jogo. E, além de tudo, relacionar a marca a algo lageano. Sem esse apoio, e aqui um agradecimento especial aos patrocinadores, que sem o apoio deles e da imprensa, não teríamos condições de continuar o projeto.

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