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Carlos Moisés (PSL), candidato ao Governo de Santa Catarina

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Foto: Divulgação

Seguindo o planejamento de cobertura das Eleições 2018 e com a intenção de ajudar o eleitor conhecer um pouco mais sobre os candidatos que querem ocupar a cadeira de governador de Santa Catarina, o Correio Lageano passa, a partir desta segunda-feira, a publicar entrevistas exclusivas com os candidatos ao Governo do Estado. Nosso primeiro entrevistado é Carlos Moisés, do PSL. Acompanhe.

Concorrendo com chapa pura ao Governo do Estado, e também à Presidência da República, o Partido Social Liberal (PSL) é representado em Santa Catarina por Carlos Moisés da Silva, comandante do Corpo de Bombeiros que, pela primeira vez, se filia a um partido político e concorre a um cargo eletivo. Sua vice é a advogada Daniela Reinehr (PSL), de Chapecó.

De acordo com o candidato, inicialmente, ele foi convidado para ser o cabeça de chapa do partido em sua cidade, Tubarão, mas como estava morando em Florianópolis, acabou entrando na executiva do partido e seu nome foi o escolhido para representar a sigla nas urnas. Apesar de não ter carreira política e tampouco seu partido ter expressividade no Estado, garante que sua candidatura não é apenas para dar palanque ao postulante à Presidência, Jair Bolsonaro.

Correio Lageano: Mesmo sem nunca ter sido vinculado a partidos políticos e sem ter carreira política o senhor se sente preparado para governar o Estado?

Carlos Moisés: Fiquei 30 anos trabalhando para o Estado de Santa Catarina. O Corpo de Bombeiros se relaciona muito com a saúde e com a educação que, no nosso entendimento, são tarefas principais para o Estado de Santa Catarina. Toda a questão tributária sempre nós nos envolvemos também, porque instalamos unidades de bombeiros na nossa região, foram mais de 10 unidades. A conversa com os prefeitos, com as Câmaras de Vereadores, com a Assembleia Legislativa, aprovamos muita legislação que diz respeito à segurança contra incêndio e pânico para o Estado. O Corpo de Bombeiros se tornou independente. Atuamos firmemente nessas propostas, então, temos muita experiência com o Estado, com os três poderes do Estado e isso me credencia a continuar essa jornada, conhecendo os problemas como servidor público, como militar estadual, para resolvermos as questões que tanto afligem os catarinenses.

Por que o eleitor deve votar em uma pessoa que não tem noções políticas e que chega novo nesse meio?

Nós temos sérios problemas com os grandes blocos partidários, por isso que a gente defende que o candidato se apresente em chapa pura, para que tenha condição de tomar decisões dentro do Estado, para enxugar a máquina pública, eliminar os gastos que não são com saúde, segurança e educação. Só um governador com mais independência, que não dependa de grandes blocos partidários para ser eleito, que não dependa e não tenha a obrigação depois de acomodar um grande grupo de pessoas de diversos partidos na máquina pública, só um governador assim poderá tomar decisões um pouco menos, talvez simpáticas a alguns, até mesmo aqueles que têm cargos comissionados, mas que precisa dessa independência pra tomar atitudes desse porte.

O PSL está ganhando muita expressividade por causa do candidato Jair Bolsonaro? O senhor acha que sozinho o partido tem força em Santa Catarina diante de partidos que são muito tradicionais, com políticos que vêm de um longo trabalho em todo o Estado?

Da mesma forma aconteceu com o Jair Bolsonaro. Ele não vendeu o partido, não aceitou algumas alianças e, por isso, está sozinho. Nós entendemos que há, sim, uma ligação forte entre os candidatos do PSL, que defendem a bandeira do PSL juntamente com Jair Bolsonaro, há essa ligação, há essa capacidade de influência no voto para deputados estaduais, para deputados federais. Para senador, temos um único candidato ao Senado da República que é o Lucas Esmeraldino, o senador do Bolsonaro. Temos um candidato ao governo, que é o comandante Moisés, juntamente com Daniela, de Chapecó. Nós temos essa facilidade, inclusive, o nosso número é o mesmo número do Bolsonaro, há que se considerar isso. Entendemos que há, além da coincidência de ideias de bandeiras que estão sendo levantadas, essa movimentação em prol do Jair Bolsonaro que representa uma mudança de verdade para toda Santa Catarina e para o Brasil, ela há de influenciar essas eleições.

O senhor tem uma postura muito diferente do seu candidato à Presidência. Ele é uma pessoa mais explosiva, que não mede as palavras para dar respostas. O senhor não acha que esta disparidade pode deixar um pouco fraco o elo entre vocês?

Não, muito pelo contrário. Algumas vezes que eu conversei com o deputado Jair Bolsonaro, sempre alinhamos a conversa no sentido de que ele fala dos projetos dele e os candidatos em Santa Catarina falam de si e dos seus projetos. Não há porque ser uma miniatura de alguém. Você tem que ter uma identidade própria, se não, eu estaria vendendo algo pro catarinense que eu não compraria, porque eu acredito na verdade. O eleitor já consegue analisar nos outros candidatos que aqueles que, de fato, têm alguma capacidade de falar em projeto pela vida deles, onde eles estão, o que eles fizeram até agora nos últimos 20 anos, se eles estavam ou não no poder público. […] Eu não vejo nenhum problema de eu ser diferente, porque sou diferente, apesar de comungar das mesmas ideias.

Nesse período de preparação, o senhor conseguiu se inteirar da situação financeira e da estrutura de funcionamento do Governo do Estado?

Sim. Sou militar estadual e acompanho, de fato, as dificuldades que o governo tem, por exemplo, em manter a folha de pagamento, as dívidas históricas que, por descaso, por má governança, deixou crescer. Nós temos dívidas, por exemplo, da época do MDB de Paulo Afonso, que eram de R$ 100 milhões e se tornaram bilhões de reais porque não foi feito o que se devia. Não houve uma gestão. Se fosse uma empresa privada, não deixariam isso acontecer. Iria negociar, resolver, pagar essas dívidas, desacomodar os excessos da máquina pública; focar em cumprir os compromissos. A gente observa que essas pessoas não têm compromissos republicanos, não têm compromisso com as pessoas, tratam com muitas ideias como se fossem apresentadas novidades. O eleitor tem que começar a observar o que essas pessoas fizeram para fazer sua escolha. Você não pode querer uma mudança se você vota sempre nas mesmas coisas, sempre naqueles mesmos candidatos que, ano a ano, eleição a eleição, prometem mudanças mas nunca fazem nada.

Qual a principal área que merece atenção?

Penso que a corrupção aparece para o cidadão catarinense, para o cidadão brasileiro, sob muitos vieses. Uma das nossas bandeiras, e eu penso que para o brasileiro seja mais importante, é eliminar a corrupção da máquina pública, abrir o Estado para participação social para um processo de integridade e que os observatórios sociais, que o Ministério Público, que as organizações sociais de um modo geral, possam olhar o que tem dentro da máquina pública e dizer eu vou fazer assim porque é o melhor pra Santa Catarina. Não podemos nos esquecer que quando a gente elimina a corrupção, sobra mais dinheiro para as atividades que são prioritárias ao Estado, que é a saúde, a segurança e a educação. Nossa grande bandeira é eliminar a corrupção e focar na resposta que o cidadão precisa do Estado Brasileiro, do Estado Catarinense, que é ter saúde, segurança e educação de qualidade. Isso tudo vai promover o desenvolvimento, vai gerar emprego e renda.

A corrupção é algo muito enraizado na população. Como é possível acabar com ela?

Nós queremos abraçar as medidas contra a corrupção propostas pelo Ministério Público. Você pode observar que o próprio MP começou a envolver outras organizações, a sociedade organizada de um modo geral, para levantar essas bandeiras. A mesma coisa é o Estado. Se nós temos uma cultura do jeitinho, se nós temos uma cultura de que temos que ser sempre vigiados pra fazer alguma coisa, o nosso grande projeto de integridade para o Estado Catarinense é exatamente abrir a máquina pública para que as pessoas vejam o que acontece em Santa Catarina, a transparência não vai ser mais aquela transparência que você precisa de uma banca de contadores para entender o que acontece ali, o cidadão não entende, não vê, não enxerga a transparência nos portais de Santa Catarina. Nós queremos trazer para dentro do Estado pessoas de bem, queremos trazer todas as ordens, todas as organizações de profissionais de Santa Catarina e a organização social também. As pessoas, a dona de casa, quem quer que seja, para que possa opinar, para que possa, junto com o governador, comandante Moisés, e Daniela Reinehr, governar Santa Catarina com transparência de verdade.

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