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Candidato de Merkel não consegue maioria absoluta e obriga 3ª votação

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Berlim, 30/06/2010, (EFE)

O candidato à Presidência da Alemanha da coalizão de Governo presidida pela chanceler federal, Angela Merkel, voltou a falhar na segunda votação da Assembleia Federal ao não conseguir a maioria absoluta necessária, o que obriga a realização de uma terceira e última consulta à câmara.

 

O político democrata-cristão e ainda chefe do Governo da Baixa Saxônia, Christian Wulff, só obteve 615 votos, a oito votos da necessária maioria absoluta, e 29 votos a menos do que teoricamente somam os representantes da coalizão governamental.

 

Por sua vez, o candidato da oposição social-democrata e verde, o independente Joachim Gauck, conseguiu 490 votos, enquanto a jornalista Lukretia Jochimsen, indicada pela Esquerda, conseguiu 123, e o candidato da extrema-direita Frank Rennike recebeu três votos.

 

O resultado do segundo turno supõe um sério revés para a chanceler e sua aliança de democrata-cristãos (CDU), social-cristãos bávaros (CSU) e liberais (FDP), que não conseguiram impor disciplina em suas fileiras para conseguir a eleição de Wulff nas duas primeiras votações.

 

Entre as duas votações, Merkel apelou pessoalmente aos representantes do CDU, CSU e FDP na Assembleia Federal para que votassem de uma maneira "responsável" e evitassem uma terceira votação, que desta vez se decidirá pela maioria simples.

 

Apesar de tudo, a chanceler só conseguiu que o número de dissidentes nas fileiras de sua coalizão passasse de 44 para 29, insuficiente para conseguir a escolha de Wulff, que agora deverá esperar à terceira votação para ser confirmado, correndo o risco de que o voto dos candidatos sem possibilidades, dos abstencionistas e dos rebeldes beneficiem seu rival Gauck.

 

Na primeira votação, na qual foram emitidos 1.242 sufrágios, Wulff teve 600 votos, Gauck 499, Jochimsen 126 e Rennicke 3, enquanto um voto foi declarado nulo e 13 delegados se abstiveram.

 

Na segunda consulta, com um total de 1.239 votos emitidos, Wulff conseguiu 615 votos, Gauck 490, Jochimsen 123, Rennicke 3, por sua vez um voto foi declarado nulo e 7 delegados se abstiveram.

 

Os resultados das duas primeiras votações constatam o clima de crise que se vive no seio da coalizão governamental, enfrentada praticamente desde o dia de sua constituição após as eleições legislativas de setembro.

 

Social-democratas e verdes fizeram uma chamada à Esquerda e a dissidência nas fileiras dos partidos do Governo para que deem seu voto a Gauck, o candidato independente que, além disso, conta, segundo todas as pesquisas, com o maior respaldo popular.


Foto: (EFE)

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