Geral
Caminhoneiros protestam na BR-116 contra aumento do combustível
Atualização 13 horas
A paralisação dos caminhoneiros, em todo Brasil, começou nesta segunda-feira (21). Alguns atos bloqueiam pistas em rodovias do país contra a alta nos preços dos combustíveis. Os protestos nas rodovias foram anunciados sexta-feira (18) pela Associação Brasileira de Caminhoneiros (ABCam) e pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA).
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, nove trechos de rodovias que cortam Santa Catarina têm o trânsito lento por conta da manifestação. Porém,a PRF, ressalta que apenas caminhões de carga estão sendo bloqueados na rodovia.
Em Lages os caminhoneiros estão paralisados no Km 245, entre as BRs 116 e 282, próximo ao Posto Ampessan. Não há interdição total da rodovia. Veículos leves e caminhões de carga viva têm passagem liberada e caminhões estão adentrando o pátio do posto de combustível. Ao meio-dia, havia apenas bloqueios para caminhões e carretas na BR -116, em Lages.
A categoria pretende paralisar os caminhoneiros por tempo indeterminado, em função do aumento nos combustíveis. De acordo com o diretor, no município, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes (CNTT),Jorge Flores, a paralisação acontece de forma pacífica.
Conforme a Autopista Planalto Sul na BR-116 há dois pontos de manifesto. Em ambos os pontos o bloqueio é somente para caminhões e carretas. Não há registro de congestionamento em Lages.
Em Mafra a manifestação ocorre no km 7. Há interdição de ambos os sentidos, mas veículos leves estão sendo desviados para as vias marginais, com registro de 100 metros de lentidão em cada sentido.
O caminhoneiro autônomo Natanael Mota de 45 anos, disse que do jeito que está não dá para ficar, pois valor do frete é consumido pelo combustível. “ Esperamos que o governo olhe pela nossa classe”.
Convocação
A convocação dos caminhoneiros pela ABCam foi feita como forma de cobrar medidas para reduzir o impacto do aumento do diesel, entre elas a isenção de tributos. “O aumento constante do preço nas refinarias e dos impostos que recaem sobre o óleo diesel tornou a situação insustentável para o transportador autônomo. Além da correção quase diária dos preços dos combustíveis feita pela Petrobras, que dificulta a previsão de custos por parte do transportador, os tributos PIS/Cofins, majorados em meados de 2017, com o argumento de serem necessários para compensar as dificuldades fiscais do governo, são o grande empecilho para manter o valor do frete em níveis satisfatórios”, diz comunicado da ABCam.
Na semana passada, a entidade enviou ofício ao governo, afirmando que os caminhoneiros vêm sofrendo com os aumentos sucessivos no diesel, o que tem gerado aumento de custos para a atividade de transporte. Segundo a associação, o diesel representa 42% dos custos do negócio. Citando dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a organização afirma que 43% do preço do diesel na refinaria vêm do ICMS, PIS, da Cofins e Cide.
No documento, a entidade reivindicou a isenção do PIS, da Cofins e Cide sobre o óleo diesel utilizado por transportadores autônomos. A associação também propõe medidas de subsídio à aquisição de óleo diesel, por meio de um sistema ou pela criação de um Fundo de Amparo ao Transportador Autônomo.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraná, manifestantes bloqueiam desde cedo uma faixa em cada sentido da BR-277 em Paranaguá. Na BR-116 (Rodovia Régis Bittencourt), os caminhoneiros interditaram uma das faixas da pista no sentido São Paulo. A manifestação ocorre em frente a um posto de combustíveis, na altura do quilômetro 67, em Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba.
No fim de semana, a Justiça Federal no Paraná proibiu que caminhoneiros bloqueiem qualquer rodovia federal que cruze o estado, sob pena de multa de R$ 100 mil por hora em caso de descumprimento da medida. A decisão é do juiz Marcos Josegrei da Silva.
O magistrado atendeu a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), que descreveu como “incomensuráveis” os potenciais prejuízos causados por eventual bloqueio de rodovias. Apesar da proibição de bloqueios, o juiz destacou “que não se está negando o direito de reunião e/ou de liberdade de expressão previstos constitucionalmente”.
Ele disse que não vê problemas na realização da manifestação “em meia-pista, nos locais em que haja pista dupla”, mas vetou a retenção do fluxo total de veículos.