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Caminhoneiros continuam paralisados
As propostas do Governo Federal para que os caminhoneiros terminem com a paralisação que completa neste sábado, o sexto dia, não foram aceitas. A principal exigência da categoria é a queda no preço do óleo diesel. Eles querem que o governo estabeleça uma regra para os reajustes do produto.
Hoje, os preços mudam de acordo com o valor do petróleo no mercado internacional e a cotação do dólar. Segundo o diretor regional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística, Jorge Flores de Oliveira, que está na paralisação de Lages, o movimento não vai parar até que a categoria seja ouvida e atendida.
Além disso, há outras reivindicações na pauta dos caminhoneiros, diz Ariovaldo de Almeida Silva Júnior, presidente do Sindicato dos Caminhoneiros (Sindicam) de Ourinhos (SP). “Queremos também a isenção do pagamento de pedágio dos eixos que estiverem suspensos (quando o caminhão está vazio e passa a rodar com um dos eixos fora do chão). Defendemos a aprovação do projeto de lei 528 de 2015, que cria a política de preços mínimos para o frete, e a criação de um marco regulatório para os caminhoneiros”, lista ele para a BBC Brasil.
Apoio
Não são somente os caminhoneiros que participam da paralisação. Em Lages, na BR-116, no Km 245, onde eles estão parados, Eliane Antunes, 33 anos, foi com sua filha Manoela no local.
O marido dela é caminhoneiro e está parado em São Paulo, desde o último domingo. Ela enrolou a filha com uma bandeira do Brasil e chamou a atenção de todos.
Liberação
Os veículos que transportarem GLP (para hospitais); combustível (para veículos de emergência); cloro (para tratamento de água); medicamentos (para hospitais); e ração animal receberão um adesivo da Defesa Civil e terão escolta garantida.
Propostas do governo federal
Preço do diesel reduzido em 10% nas refinarias e fixo por 30 dias. Nesse período, o valor referência será de R$ 2,10 nas refinarias.
A cada 30 dias, o preço do diesel na refinaria será ajustado conforme a política de preços da Petrobras e fixado por mais um mês.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai contratar caminhoneiros autônomos para atender até 30% da demanda de frete. O governo editará uma medida provisória no prazo de 15 dias.
Não haverá reoneração da folha de pagamento do setor de transporte rodoviário de cargas.
Tabela de frete será reeditada em 1º de junho e, a partir daí, ajustada a cada três meses pela ANTT.
Alíquota da Cide será zerada em 2018 sobre o diesel.
Isenção do pedágio para caminhões que circulam vazios (eixo suspenso).
Ações judiciais contrárias ao movimento serão extintas.
Multas aplicadas aos caminhoneiros em decorrência da paralisação serão negociadas com órgãos de trânsito.
Entidades e governo terão reuniões periódicas a cada 15 dias.
Temer manda forças federais desbloquear rodovias
O presidente Michel Temer autorizou o uso de forças federais de segurança para liberar as rodovias bloqueadas pelos caminhoneiros.
O anúncio foi feito na sexta-feira de tarde, em pronunciamento no Palácio do Planalto. A decisão foi tomada após reunião no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que contou com a participação de ministros e do presidente.
Diante disso, a Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam) pediu o fim dos bloqueios de rodovias e a manutenção de manifestações pacíficas. Mas, deixou claro que a paralisação deve continuar.
O chefe do núcleo de assuntos internos da Polícia Rodoviária Federal de SC, Fernando Casagrande Lima, informou na sexta-feira que primeiramente haverá diálogo e não o uso da força.
Os caminhoneiros que não estão na área pública, como em pátios de postos de combustível, não poderão ser retirados.