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As tattoos são obras de arte feitas sobre o corpo

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Na parte de trás dos braços, a fisioterapeuta Mariani tatuou imagens que remetem à sua profissão - Fotos: Núbia Garcia

Elas já foram consideradas coisa de gente rebelde, eram, praticamente, um tabu e poucas pessoas tinham coragem de fazê-las, mas as tatuagens estão se popularizando e ficando cada vez mais comuns.

Seja uma figura comercial (como os símbolos do infinito, rosário, nomes, etc) ou grandes e elaborados desenhos (como guerreiros, animais e caveiras, dentre outros) as tatuagens podem ser consideradas verdadeiras obras de arte pintadas nos corpos.

A designer gráfica Nathalia Menegueli, 30 anos, fez a primeira tatuagem aos 23 anos e, de cara, já apostou em um grande desenho. Feita no colo, a caveira vermelha é uma homenagem a uma tatuadora reconhecida, Toni Moore, de quem a designer é fã. Mas ela não parou na primeira. Em oito anos, já são mais de 10 tatuagens, e seu braço direito, o peito e o pescoço são totalmente fechados.

Ousada, desde a primeira tatuagem Nathalia optou por desenhos grandes. Hoje tem o braço, peito e pescoço totalmente fechados

“Todas são ligadas a coisas que gosto, falam um pouco da minha personalidade. O braço direito é fechado com desenhos do fundo do mar, na coxa tenho o Buda, tenho tatuagens de gatos. Tatto é algo que eu faço pra mim, pra me satisfazer, tanto que tenho uma que fica bem escondida. Elas me fazem sentir mais segura, mais eu mesma”, comenta. Seu próximo passo? Fechar uma das pernas com figuras do desenho animado Pokémon.

A fisioterapeuta Mariani Madeira, 28 anos, fez a primeira tatuagem há 10 anos. É uma fada que foi desenhada nas costas e, por muito tempo, ficava escondida sob roupas bem fechadas. “Antigamente, as pessoas escondiam suas tatuagens para poder trabalhar. Mas, hoje em dia, está mudando. A gente chega no banco e o bancário está com a tatuagem à mostra, por exemplo”, comenta.

Ao todo, Mariani tem nove tatuagens, dentre grandes desenhos e pequenas imagens, mais comerciais, como uma frase, as iniciais dos pais e o desenho de batimentos cardíacos em homenagem à sua cachorra.

As imagens que mais chamam a atenção são duas mãos manipulando um cérebro e um corpo, desenhadas na parte de trás dos braços, para simbolizar seu trabalho como fisioterapeuta neurológica e ortopédica. Para ela, as tatuagens são sinônimo de seu próprio empoderamento. “A mulher conquistou seu lugar e se tornou dona do seu corpo. Faz o desenho que quiser, do tamanho que quiser. O corpo é nosso, a gente faz o que quer. Se quero tatuar, eu tatuo, se quero colocar piercing, coloco, se quero pintar meu cabelo, eu pinto”, afirma.

O cabeleireiro Wagner Alves, 33 anos, também fez a primeira tatuagem aos 18 anos. Hoje já são quase 30 desenhos pelo corpo e cada um tem um significado. “Sempre que vou tatuar, pesquiso o significado pra escolher o que fazer. Muita coisa mudou em 15 anos [desde quando se tatuou pela primeira vez], hoje tem mais aceitação, mas ainda tem muito preconceito em alguns locais que frequento, mas isso não me impede de fazer porque gosto”, completa.

Wagner tem quase 30 tatuagens e cada uma tem um significado e um motivo para terem sido feitas

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