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Apesar de perigoso, motoristas dirigem e falam ao celular

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A multa é considerada gravíssima e pesa no bolso - Foto: Bega Godóy

É inegável que os aparelhos celulares facilitaram a comunicação entre as pessoas, seja com ligações ou via redes sociais. O problema é quando a dependência desta tecnologia põe em risco a segurança de quem está no trânsito.

Pesquisa do Ministério da Saúde aponta que 19,5% da população das capitais brasileiras afirma que faz o uso do celular enquanto dirige. O percentual mostra que de cada cinco indivíduos, um comete esse erro.

Em Lages, o cenário se repete. E há motoristas que não hesitam em dividir a atenção com o celular enquanto dirigem. Segundo a Diretran, a frota da cidade é de 110 mil veículos e, em média, diariamente são registradas 3,59 autuações dessa natureza, seja segurando o celular, manuseando e ou utilizando o aparelho.

Isso quer dizer que, de janeiro de 2018 até junho, num período de 18 meses, 1.940 motoristas foram flagrados usando o dispositivo móvel. E o cerco vai aumentar, assim que o sistema de videomonitoramento estiver interligado e adequado, segundo a Diretran, além do uso de blocos, os agentes vão poder multar por meio de imagens.

Mesmo que dirigir seja uma tarefa que exige 100% da concentração do condutor, além de manejar o volante, o câmbio, o acelerador, a embreagem e o freio, o motorista tem que prestar atenção na sinalização e calcular as ações certas para fazer o veículo se mover exatamente da maneira que se espera.

Apesar de todas essas demandas, a infração relacionado ao uso do celular no trânsito se tornou corriqueira. E o ato, segundo a pesquisa do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018, aponta que as pessoas com idade entre 25 e 34 anos (25,1%) são as que mais assumem esse comportamento.

Mapa das infrações

As capitais que apresentaram maior percentual de uso de celular por condutores foram Belém (24,1%), Rio Branco e Cuiabá (24,0%), seguido por Vitória (23,7%), Fortaleza (23,5%), Palmas (22,4%), Macapá e São Luís (22,6%). Por outro lado, as capitais com menor uso de celular durante a condução de veículo foram: Salvador (14,2%), Rio de Janeiro (17,2%), São Paulo (17,4%) e Manaus (18,0%).

Dados de Trânsito

Os acidentes de trânsito são a segunda maior causa de mortes externas no país. Em 2017, 35,4 mil pessoas morreram em decorrência de acidentes de trânsito e 182.838 foram internadas. Os gastos com as internações foram de R$ 260,8 milhões. Além das sequelas emocionais, muitos pacientes ficam com lesões físicas, sendo as principais consequências amputações e traumatismo cranioencefálico.

Como se constata na pesquisa, a distração dos condutores aumentou muito com a popularização dos smartphones. Para dirigir é preciso estar atento a várias situações, aos pedestres, aos outros veículos, ao trânsito ao redor e etc., mas quando a atenção é dividida com o celular, o risco de acidente cresce.

Segundo estudo recente do Departamento de Trânsito dos Estados Unidos (NHTSA), a possibilidade de ocorrer um acidente aumenta em 400%, quando se utiliza o celular. Um risco muito maior do que o causado pela embriaguez, afirma a pesquisa.

Outro estudo da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), de 2018, mostra que o uso de celular no volante é a terceira maior causa de morte no trânsito no Brasil, perdendo apenas para o excesso de velocidade e motoristas embriagados. As estatísticas são alarmantes: cerca de 150 pessoas morrem por dia, vítimas de motoristas desatentos devido ao uso do celular. Isso equivale a cerca de 54 mil óbitos por ano.

Desvio

Não são só os olhos que são desviados do trânsito, o pensamento, o foco, a atenção e a concentração são desviadas junto, quando o condutor responde uma mensagem, navega na internet, faz ou recebe uma ligação.  Por conta dessa conduta, os valores das multas sofreram alteração em 2016 e a multa por falar ao celular enquanto dirige saltou de R$ 85,13 para R$ 293,47. Um aumento de 244,7%.

E quanto ao recurso de viva voz?

Trata-se de um recurso presente nos celulares que também deixa livres as mãos do condutor.  A diferença é que é possível ouvir a voz do interlocutor com o celular a uma certa distância, sem precisar de fones de ouvido ou deixar o aparelho colado na orelha. Desse modo, o motorista poderá ouvir buzinas, sirenes e outros sons, ao mesmo tempo que mantém uma conversa na ligação telefônica.

Como o Código de Trânsito só fala em manusear ou segurar o celular e na utilização dos fones, usar o viva-voz não se trata de uma infração de trânsito. Apesar disso, não é recomendável utilizar esse recurso, pois também se trata de uma distração – embora menor – que faz com que o motorista não tenha a atenção voltada totalmente para a direção do veículo.

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