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Água entra em casas por conta de tubos pequenos
Há cerca de quatro anos alguns moradores das ruas Hermes da Fonseca e Mario Vieira da Costa, no Bairro Sagrado Coração de Jesus, em Lages, sofrem com alagamentos. E, segundo eles, não precisa chover muito para a água entrar nas casas, principalmente nas que ficam na esquina ou mais próximas dela.
Mesmo aqueles que possuem residências que ficam no nível ou acima da rua sofrem com o problema que começou, segundo eles, depois de uma galeria implantada sobre a Rua Hermes da Fonseca.
“A água acumula na galeria e volta para a rua. Tem tubulação de 1,20 centímetros e tubulação de 60 centímetros, que não dão conta do fluxo de água, que volta para a rua e entra nas casas”, explica o morador Antônio Sérgio Souza. Ele tem uma casa que fica acima do nível da rua e, mesmo assim, a água entrou 30 centímetros.
Uma das moradoras, Sonia Souza lembra que depois de uma chuva forte que durou 20 minutos, a água entrou em sua residência. Ela perdeu geladeira, armários da cozinha e do quarto, colchão, sofá e outros objetos.
“A mais atingida sou eu, que moro na esquina das duas ruas. Meu filho, que mora do meu lado, no mesmo lote, perdeu tudo. Erguemos algumas coisas antes da enchente, mas, às vezes, a água derruba.”
A vizinha Noeli Aparecida Pereira mora na Rua Mario Vieira da Costa e gastou R$ 5 mil do seu FGTS para colocar tubulação no terreno de casa. O objetivo era jogar a água que vem da rua de cima para os tubos que estão na via.
Mas, como acabou o dinheiro, o plano não deu certo. “Entrou cerca de 50 centímetros de água, tive que trocar todos os móveis. Se não fosse o pessoal que trabalha comigo, não teria condições de comprar novos”, afirma.
Eleomar Correa Hanzen é outro morador atingido. Ele conta que percebeu que alguns vizinhos estão colocando as casas à venda por conta dos alagamentos. “Estamos a ponto de nos reunirmos para dar um jeito de resolver isso com as próprias mãos. Não vamos perder tudo de novo, estamos pagando várias coisas que perdemos. Outras, ainda não pudemos comprar.”
Secretaria vai verificar o caso
A situação dos moradores é conhecida pela Secretaria de Planejamento e Obras, e, também pela Secretaria do Meio Ambiente. De acordo com o secretário do Meio Ambiente, Euclides Mecabô, funcionários foram no local e limparam terrenos baldios.
O que, segundo os moradores, não adiantou. “Quando chove, ficamos com medo de a água entrar de novo nas nossas casas. Cortar o mato não resolveu nada, o que é preciso fazer é arrumar tubulação maior”, destaca o morador Eleomar Correa Hanzen.
De acordo com o engenheiro da Secretaria de Planejamento e Obras, Wilson Besen, está programada uma limpeza do canal até o Rio Passo Fundo e a implantação de uma tubulação maior, em um trecho que possui tubos pequenos. Porém, não há data definida para isso. “Eu vou até o local com uma equipe,” prometeu Bessen.