Geral
Advogado do goleiro Bruno faz palestra e ministra curso em Lages
A presunção de inocência e o direito à defesa são prerrogativas da Constituição Federal e, para assegurar essa premissa, a atuação de advogados criminalistas é imprescindível. Atualmente, um dos nomes mais polêmicos deste meio é o do advogado Ércio Quaresma Firpe, que ganhou projeção nacional ao atuar no caso do goleiro Bruno Fernandes, acusado de matar Eliza Samudio.
Antes deste julgamento, Quaresma já esteve em outros polêmicos júris: defendeu o fazendeiro Vitalmiro Moura, o Bida, acusado de ser o mandante do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang; e esteve na equipe de defesa de seis dos 155 oficiais indiciados pelo Massacre de Eldorado dos Carajás.
“Toda pessoa que acha que está sendo absurdamente injustiçada e que não está sendo bem defendida, acha que eu vou conseguir resolver e vai atrás de mim. Aí me contratam e, por isso, já andei no Brasil inteiro, de Norte a Sul, de Leste a Oeste”, comenta.
Polêmico, Quaresma é considerado um dos maiores criminalistas do país. Na noite de segunda-feira (21), abriu o Simpósio Serrano de Direito, que acontece até sexta-feira (25) na Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac). Além disso, no fim de semana que passou, ministrou o curso “Tribunal do Júri na Prática: os embates na porfia dos argumentos”, sobre a prática do Tribunal do Júri, no qual compartilha sua experiência profissional com os participantes.
Carioca de nascimento, ele fez carreira em Minas Gerais e, depois da repercussão do julgamento do goleiro Bruno, atendeu casos em todo o Brasil. Em Santa Catarina, já participou de dois júris, um em Florianópolis e outro em Lages. Sua passagem pela Serra Catarinense foi no final de 2018, quando defendeu a enfermeira Maharish Blue do Amaral e Silva, acusada de matar o ex-companheiro, o policial civil Ari dos Santos, em junho de 2013.
“Quando me perguntam ‘por que você só defende bandido?’, eu digo ‘peraí, tenho vários clientes que já foram inocentadas, tenho clientes que foram condenados injustamente’. Eu pego um acervo de fatos do cotidiano e levo para dentro da realidade social”, afirma, citando casos de grande repercussão nacional, como o do DJ Leonardo Nascimento, que em janeiro deste ano foi preso, no Rio de Janeiro, acusado injustamente de um latrocínio.
O caso de Leonardo não foi defendido por Quaresma, mas ele usa para ilustrar uma situação que considera não ser incomum no país (os erros que levam à prisão de inocentes) e para ressaltar a importância da atuação de advogados criminalistas. Para ele, a condenação de Maharish não foi adequada. “Ainda entendo que foi uma condenação injusta, mas que nós conseguimos reparar um pouco daquela injustiça, uma vez que ela havia sido condenada a 16 anos no primeiro julgamento e, depois de um recurso da Defensoria Pública, o tribunal cassou a decisão e mandou ela a novo júri.”
Em Lages, Quaresma tem sociedade um escritório de advocacia e, em breve, pode voltar ao júri da comarca para novas defesas. “Quando entendem que há necessidade de um reforço no trabalho, a gente entabula tratativas com o cliente e venho participar da defesa”, completa.
Miro
22/10/2019 at 23:24
Esqueceu de advogar para o adelio bispo para incluir no seu curriculum!