Correio do Bem

À procura da felicidade para o filho

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Foto: Andressa Ramos

Se você assistiu ao filme “À Procura da Felicidade” certamente se emocionou com a história do pai que vive uma vida difícil para poder cuidar do seu filho de 5 anos e conseguir um emprego. Entre idas e vindas, eles vivem em abrigos e estruturas improvisadas.

Mas saindo das telas do cinema, na vida real, Orlando Jorge Ferreira de Lima, de 48 anos, vive uma realidade parecida com a do filme. Ele cuida sozinho do filho, João Vitor, de 5 anos, desde os primeiros meses de vida.

Pai e filho moravam em Curitiba, cidade Natal dos dois. Orlando se separou da mãe de João, mas nunca deixou de cuidar da criança, que está com ele desde os sete meses de idade. A mãe encontrou outro companheiro. Por não conseguir emprego em Curitiba e passar por problemas de relação familiar, Orlando e João se mudaram para Lages, cidade onde Orlando tem uma irmã.

O pequeno João Vitor e seu pai moram em uma estrutura improvisada, dentro do Centro Comunitário do Bairro Maria Luíza. Ao entrar no salão, você se depara com uma das salas fechadas, local onde é a casa dos dois.

Ao abrir a porta dá para perceber quanto amor há no ambiente, que apesar de pequeno, é super organizado e limpo. Uma cama de casal arrumada de forma impecável, não havia louça na pia, as roupas todas organizadas no armário e os brinquedos guardados em uma caixa.

Dá para perceber no olhar e expressão de Orlando quanto amor ele tem pelo filho. Difícil não se emocionar ao conversar com ele e saber da história dos dois. O menino de pouco fala, tem um sorriso tímido, envergonhado, mas também muito carinhoso. Na roupa de João dá para perceber o carinho do pai na hora de arrumá-lo.

Apesar de todas as dificuldades, Orlando não se deixa abater, sempre busca o melhor para o filho. Há três anos desempregado, ele presta serviços temporários. O Bolsa Família de R$180,00 é para comprar comida e o iogurte que João gosta tanto.

Para poder alugar uma casa e dar uma vida digna ao filho, Orlando quer uma máquina de churros para ser dono do próprio negócio. Ele adora trabalhar com vendas. Atualmente ele vende churros de um amigo que dá a oportunidade para ganhar um grana. Durante o dia, o menino fica na escola e quando precisa fica com sua irmã.

Vera Lúcia Lima, irmã de Orlando, escreveu sua história e deixou em forma de carta na Árvore dos Desejos da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Lages. Se o final do filme teve um final feliz e emocionante, acredito que a história de Orlando e João Vitor também pode ter uma continuidade alegre, diferente e que ajude a mudar o futuro dos dois.

Pois, não é somente um presente de Natal que Orlando quer, ele deseja um presente que irá beneficiar e mudar a vida dele e a do filho. Para presentear Orlando e João Vitor você pode ir até a CDL na Rua Coronel Córdova, no Centro de Lages. A entrega do presente deve ser feita até a próxima terça-feira (18).

2 Comentário

2 Comentários

  1. Lola

    14/12/2018 at 09:31

    O jornal noticia que um pai cuida de um filho e mantém a casa organizada, como se isso fosse algo espetacular. Será que nunca viram uma pessoa que cria os filhos sozinha e mantém a casa em ordem? Devo dizer que está cheio dessas pessoas no mundo, só que a maioria delas é mulher.
    A maioria das crianças são criadas por mulheres sozinhas e elas não ganham nenhum aplauso por isso. Pelo contrário, ninguém as elogia se a casa está organizada, mas sim a criticam se não está.
    Precisamos entender que cuidar do filho e manter a casa organizada são obrigações de mães e de pais, de pessoas adultas e saudáveis.

    • Lola

      14/12/2018 at 11:08

      Obviamente não estou querendo dizer que a história deles não seja bonita, e que eles não mereçam o presente. Desejo, inclusive, que consigam. Mas a narrativa é problemática quando, mais uma vez, reforça a naturalidade da ausência paterna.

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