Economia e Negócios
Surto de coronavírus impacta lojas em Lages
Setores do comércio de Lages já estão sofrendo os impactos da epidemia do coronavírus na China. O surto da doença afeta, principalmente, as lojas que dependem de peças, acessórios e componentes eletrônicos de celulares que vêm do país asiático.
A situação ainda está controlada, mas os comerciantes que dependem destes componentes já estão preocupados. A China é o principal parceiro comercial do Brasil, e a epidemia afetou as importações de produtos chineses.
Proprietário da loja de King Cell, que fica no Serra Shopping, no Centro de Lages, Frederico Hansen Neto afirma que alguns componentes e peças de aparelho celulares já estão faltando. Ele recebe materiais de fornecedores locais e de São Paulo, e diz que o volume de entrega já diminuiu. “A gente fez um estoque maior, mas ele já está diminuindo. Além disso, tivemos uma elevação de 35% a 45% nos preços das peças. Meu faturamento já caiu cerca de 30%”, comenta.
A colega de Frederico, que trabalha em uma loja ao lado, Marieli Varela, também está notando os efeitos da epidemia de coronavírus no país Asiático. Ela trabalha na loja Note Cell, que vende acessórios de celulares.
“O nosso fornecedor é de São Paulo e o fornecimento dos produtos diminuiu bastante de duas a três semanas para cá. Estamos torcendo para que o surto desta doença passe rápido e tudo volte ao normal”, disse.
Heridelto Junior, proprietário da loja Fixxare que vende acessórios para celulares, diz que a loja também está sentindo os reflexos da doença. “Alguma coisa, que não conseguiu sair da China, já está faltando. Além disso, o estoque, tanto de peças como de acessórios, já está diminuindo”, afirma ele, destacando que o acessórios novos, como capas e películas de aparelhos de celulares, estão enfrentando dificuldade para chegar ao mercado consumidor.
Impacto na indústria nacional
Em âmbito nacional, indústrias de tecnologia também já começaram a sentir os efeitos da epidemia de coronavírus na China. Segundo reportagem do G1, as fábricas da Samsung, em Campinas, e a LG Flextronics que produz os aparelhos celulares da Motorola, anunciaram a suspensão temporária da linha de produção por falta de componentes.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, a LG protocolou férias coletivas de dez dias, a partir de 2 de março. A medida vale somente para funcionários da linha de produção de celulares. O motivo alegado, segundo a entidade sindical, é a falta de material que deveria ter vindo da China.
O coronavírus vive seu auge na China, onde já morreram cerca de 2 mil pessoas infectadas pela doença. Ao menos 26 países têm casos confirmados.