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Sobrevivente conta como foi acidente trágico

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Foto: Susana Küster

No fim da tarde do dia 5 de junho, a vida de Angela Maria Cruz da Silva, 29 anos, e da sua família mudou tragicamente. Um acidente de trânsito, tirou a vida do seu esposo, do sogro e da sogra. Ela e o filho de três meses, estavam no mesmo veículo, um Fiat Uno, que ficou completamente destruído e sobreviveram ao acidente, que ocorreu na SC-114, em Painel, na Serra Catarinense.

Ela conta a história trágica sem expressar emoção, parece estar em estado de choque, diz em detalhes como tudo aconteceu. “Meu marido deixou um carro ultrapassar a gente, depois ele tentou ultrapassar o cara, que bateu na gente. Ele não parou para ajudar e nosso carro caiu em um barranco”, lembra.

Depois do carro parar de capotar, ela se arrastou para fora do veículo, pediu ajuda para Deus, encontrou seu bebê, João Vitor, chorando de braços abertos e foi para a rodovia. Ele foi arremessado para fora do carro, pois estava no colo dela. Quando chegou na estrada, gritou por socorro e vários motoristas pararam. “Eu queria salvar todos e enfrentei a dor. O médico disse que não entende como nós dois sobrevivemos”. 

Um motorista levou ela e o bebê para o Hospital Infantil Seara do Bem, de lá, ela foi encaminhada para o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres (HNSP), de ambulância. Outras pessoas ficaram no local para achar uma forma de pedir socorro para os outros ocupantes do veículo. “Na estrada não pegava sinal de celular, então eles tiveram que procurar rede para ligar para o socorro”.

O marido dela, de 27 anos, chegou a ser socorrido, mas morreu no HNSP. O sogro e sogra dela faleceram na hora. “Não tive como ir no velório ou enterro, estava internada e o médico não me liberou”. Ela teve o pulmão perfurado, quebrou seis costelas e sente muita dor no quadril. Ficou com dreno por um tempo, para o líquido que entrou no pulmão sair. Possui muita dificuldade para caminhar, precisa da ajuda de sua família para se locomover. 

Seu bebê de três meses ficou internado na UTI, pois o cérebro inchou, precisa se alimentar por sonda e não consegue mais sugar. Também quebrou o pulso esquerdo. “Eu estava amamentando. Agora visito ele, mas sinto muita dor, não consigo ficar lá no hospital direto. Minha família que está me ajudando”. O bebê pode sofrer sequelas, mas não se sabe quais serão. Ele não tem data para ganhar alta do hospital. 

O plano agora é recuperar os filhos

A história é triste, mas também de superação. Agora, ela planeja o futuro dela, de seu bebê João Vitor e de mais cinco filhos, que estão no abrigo municipal. “Eles estão lá, tiraram de mim, faz um ano e foi porque meu marido usava drogas. Agora que ele se foi, posso conseguir de volta”. 

Angela está morando com o padrasto e a mãe, em uma casa simples no Bairro Santo Antônio. O padrasto dela diz que vai pedir a guarda das crianças para facilitar o processo. “Não vamos deixar eles lá, merecem uma família”, conta Angela, que planeja construir uma casinha no lote do padrasto.

A vida financeira da família está difícil. Somente com os remédios, eles gastam cerca de R$ 500 por mês. “São remédios que não tem no posto de saúde, somente minha mãe trabalha, meu padrasto trabalha de autônomo em construção. Precisamos de ajuda com qualquer coisa, pode ser roupa ou comida”.

Ela tem quatro meninas, com um ano, três anos, quatro anos, sete anos e um menino de oito anos. Mais o bebê, que agora tem quatro meses. Quem quiser ajudar com roupas ou alimento, pode ligar no número 3223-0864.

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