Economia e Negócios
Sesc demite, mas nega fechamento de unidades
Medida Provisória do Governo Federal, que autoriza o corte em 50%, por três meses, das alíquotas pagas pelas empresas ao sistema S e a proibição de algumas atividades em função do distanciamento social, atingiu em cheio o Sesc de todo o Brasil.
Em Santa Catarina, leia-se também Lages, alguns contratos de trabalho foram suspensos, jornadas foram reduzidas, mas também ocorreram demissões.
Questionado sobre o problema, em nota, sem citar números, o Sesc ressalta o trabalho pela busca do equilíbrio frente às medidas epidemiológicas e econômicas.
“Algumas delas atingiram de forma direta a nossa arrecadação, como a redução de 50% do repasse da contribuição compulsória pelo Governo Federal; redução drástica da nossa receita operacional, considerando as restrições no atendimento em nossas unidades, academias, restaurantes, hotéis, viagens de turismo, assim como outras, que estão impossibilitadas de retornar até o momento, ou que já retornaram com capacidade de atendimento reduzida.”
Para reverter a situação o Sesc adotou a suspensão temporária de contratos de colaboradores; redução de 25% dos salários, consequentemente, redução da jornada de trabalho, exceto para professores, vigias e porteiros. E por último, a redução do quadro de pessoal com o desligamento de parte da equipe. “Até o presente momento não fechamos unidades em Santa Catarina”, diz o documento.
Depois de seis anos, veio a demissão
A ex-coordenadora do programa Mesa Brasil Sesc em Lages, Rúbia Fernandes Sombrio, após trabalhar por quase seis anos foi uma das funcionárias demitidas.
“Foi no programa Mesa Brasil que iniciei minha caminhada para atender instituições sociais. Eu cresci profissionalmente com o Sesc, me dediquei e consegui exercer atividades que eu nem imaginava que tinha capacidade para fazer. Somos estimulados e desafiados. A pandemia veio para nos mudar e nos tornar melhores. Hoje eu não tenho expectativa de futuro, mas eu tenho esperança de que vamos superar isso que aconteceu. Eu não fui a única que perdi meu emprego, diversas pessoas também perderam. Peço a Deus que nos ajude. Espero que nenhuma família passe necessidade.”
Rúbia avalia que o por meio do Mesa Brasil ajudou muitas famílias com alimentos. “Sei da dificuldade do povo. Nosso trabalho fazia a diferença, eu lutei para ajudar essas pessoas. Não me despeço apenas do Sesc, mas também de todos os colaboradores da cidade de Lages. Tenho orgulho do trabalho que fiz aqui, essa cidade me acolheu, e agora voltarei para Braço do Norte, com minha família. O melhor está por vir”, desabafa.
CNC alertou para o problema
Logo após o governo federal anunciar que iria realizar um corte de 50% nas verbas destinadas ao Sistema S, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) emitiu uma nota informando que a decisão irá levar ao fechamento de 256 unidades dos serviços.
O corte representa um total de R$ 2 bilhões utilizados para manter o funcionamento dos centros de atividades e quitar os salários dos servidores.
De acordo com a confederação, caso a medida mantenha-se de pé, será preciso demitir cerca de 10 mil funcionários do Sesc e do Senac.
Entre os estados mais afetados, estarão: Rio de Janeiro (34 unidades fechadas), Pernambuco (29), Santa Catarina (28), Rio Grande do Norte (18), Goiás (17), Piauí (16), Paraná (16), Amazonas (15), Minas Gerais (14) e Acre (13). A previsão era de 3.540 demissões.
É que o presidente Jair Bolsonaro, assinou no dia 1 de abril, medida provisória que autoriza o corte em 50%, por três meses, das alíquotas pagas pelas empresas ao sistema S.
A medida visa desonerar a folha de pagamentos das empresas para a manutenção do emprego durante a crise decorrente da pandemia da Covid-19.
Fonte: Metro 1, Veja e Agência Senado
Foto: Sesc Lages
Crédito: Marcela Ramos
Legenda:
Registriere
12/04/2023 at 22:30
Your point of view caught my eye and was very interesting. Thanks. I have a question for you.