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Sem espaço na zona rural, abelhas buscam abrigo na cidade

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Abelhas se alojam em uma ameixeira em propriedade no Bairro Beatriz, em Lages - Foto: Adecir Morais

Elas chegam de repente, em questão de minutos, e acabam se instalando em qualquer lugar, muitas vezes causando medo aos moradores. Cada vez mais as abelhas têm ocupado o espaço urbano.

Isso acontece porque elas não estão encontrando espaço no meio natural e acabam migrando em busca de novos abrigos para construírem suas colmeias. A incidência de casos aumenta consideravelmente na primavera e com o calor.

Em Lages, de acordo com o Corpo de Bombeiros local, nos últimos 12 meses, foram registradas 121 ocorrências envolvendo abelhas na cidade. Deste total, 63 casos foram contabilizados de novembro a março. Fazendo um comparativo com outros meses do ano, percebe-se um aumento de chamadas no verão.

Um dos casos foi registrado no fim da manhã de ontem, na propriedade do aposentado Célio Alves da Silva, de 69 anos, na Avenida Papa João XXIII, Bairro Beatriz. Um enxame acabou se instalando em um pé de ameixa, em frente à residência. “Ouvi os cachorros latindo, aí saí para ver o que estava acontecendo e vi o enxame indo para a árvore”, contou o morador, que ligou para os bombeiros pedindo ajuda.

O engenheiro agrônomo da Empresa de Pesquisa Rural de Santa Catarina (Epagri), Saulo Luiz Poffo explica que as abelhas estão procurando as áreas urbanas para se alojar, uma vez que encontram cada vez menos espaço no meio rural. O período de primavera, que é marcado pela florada das plantas, também favorece a migração dos insetos em busca de alimento nas flores das árvores.

Ele esclarece que não se deve matar as abelhas, que atacam apenas quando se sentem ameaçadas. Os insetos são protegidos pela Lei Ambiental 9065/98. Dessa forma, quando o morador se deparar com um enxame em casa, deve manter a calma e procurar ajuda.

Uma alternativa é contratar um apicultor, que tem capacidade técnica para retirar o enxame e levá-lo a um local adequado. Os especialistas afirmam que é comum as abelhas não se instalarem definitivamente na cidade e que fiquem apenas de dois a três dias, indo embora naturalmente depois disso.

Grupo busca resolver o problema

A fim de encontrar uma solução para o problema, o Corpo de Bombeiros de Lages criou um grupo de WhatsApp para gerenciar a remoção dos enxames com segurança. O grupo é formado por apicultores e por militares da corporação, incluindo o chefe de socorro que controla todas as chamadas.

De acordo com o capitão Mateus Muniz Corradini, ao se deparar com os insetos, o morador deve ligar para os bombeiros, sendo que a ocorrência é imediatamente encaminhada ao  grupo. Com isso, o apicultor que se interessar, pode se dirigir ao local para retirar o enxame.

O grupo foi recém criado e a expectativa é que aumente o número de integrantes. Os bombeiros afirmam que a tecnologia tem por objetivo evitar a morte das abelhas, porque a corporação não tem condições técnicas de retirar os enxames para encaminhá-los a um local adequado.

Além disso, os insetos podem colocar em risco as pessoas, caso sejam manipulados por alguém despreparado. Saulo alerta que se a pessoa for atingida por mais de 30 picadas, a pessoa tem de procurar atendimento médico. E se for alérgica, apenas uma picada pode ser fatal.

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