Segurança

Sem acordo com o governo, militares ameaçam operação-padrão

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Militares rejeitam a proposta do governo durante assembleia em Florianópolis - Foto: Divulgação

Policiais e bombeiros militares de Santa Catarina ameaçam entrar em operação-padrão, caso as negociações com o Governo do Estado não avancem. Em assembleia realizada na última quinta, em Florianópolis, a categoria rejeitou a proposta do governo de reajuste de 17,5% de reposição salarial. O ato reuniu cerca de 2 mil militares. Na próxima segunda-feira, haverá uma nova reunião para discutir a questão.

Na prática, a operação-padrão consiste em os policiais passarem a executar todo o protocolo de atendimento, o que pode provocar atraso no atendimento das ocorrências, impactando os serviços dos militares. Vale ressaltar que, constitucionalmente, policiais militares são impedidos de fazer greve. Dessa forma, a operação-padrão seria uma forma de driblar essa questão legal.

Os militares reivindicam 40% de reajuste salarial. De acordo com o presidente da Associação dos Praças de SC (Aprasc), João Carlos Pawlic, este reajuste leva em consideração as perdas salariais dos últimos sete anos. Ele afirma que negociações continuam e acredita na sensibilização do governo para acatar as reivindicações dos militares.

Conforme o sargento Sobrinho, sócio da Aprasc em Lages, durante a assembleia na capital, os militares rejeitaram a proposta do governo por unanimidade. “Na próxima segunda-feira haverá uma reunião. Se não houve acordo, tudo o que acontecer após esta reunião será de responsabilidade do governador”, disse.

Em nota de sua assessoria de imprensa, o Governo do Estado informou que segue o cronograma de negociações “que já havia sido construído em conjunto com os representantes das associações dos servidores da segurança pública”.

Sustenta que, na próxima segunda-feira (2), haverá um novo encontro, que já estava previamente agendado, quando a equipe técnica do governo deverá receber os posicionamentos das associações sobre as propostas apresentadas às categorias.

Cenário nacional

O descontentamento dos praças catarinenses chega em meio a uma crise na segurança pública em algumas regiões do País. No Ceará, onde o senador Cid Gomes (PDT) foi baleado ao invadir um batalhão, militares da PM estão amotinados em quartéis. Lá, a categoria também reivindica melhoria salarial, num movimento que teve início em dezembro do ano passado.

Já em Minas Gerais, após muita pressão da categoria, o Governo do Estado concedeu reajuste de de 41% para os policiais militares e bombeiros mineiros. A decisão deverá agravar ainda mais a situação das finanças do Estado, que passa por uma grave crise fiscal.

Em Santa Catarina, apesar do descontentamento da categoria, Pawlic não acredita que a situação chegue ao patamar do que vem ocorrendo no Ceará. Segundo ele, uma possível paralisação está descartada. Enquanto eu estiver na Aprasc, não haverá greve, entretanto, poderá ocorrer uma operação-padrão se o governo fechar as portas à negociação”, Pawlic.

Greve em 2008

Em dezembro de 2008, no governo Luiz Henrique da Silveira, policiais militares de Santa Catarina fizeram uma greve durante cinco dias. Naquela época, militares ocuparam quartéis durante o movimento. 18 policiais que participaram do movimento foram expulsos da corporação. Eles foram anistiados no final de 2011, depois de intenso debate entre governo e representantes da categoria.

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