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Santos inicia transição de Governo na Colômbia com ênfase na economia
Bogotá, 22/06/2010, (EFE)
Juan Manuel Santos dedicou hoje seu primeiro dia como presidente eleito da Colômbia a preparar a transição de Governo com o atual líder, Álvaro Uribe, em reunião de forte conteúdo econômico, antes de anunciar que seu ministro da Fazenda será um antigo colaborador, Juan Carlos Echeverry.
Assim se evidenciou a prioridade de Santos, ex-ministro da Defesa de Uribe, aos assuntos econômicos sobre as políticas de segurança que impulsionou o atual presidente em seus oito anos de Governo.
A surpresa do dia foi o anúncio da nomeação do economista Echeverry, com quem se comprometeu a criar 2,5 milhões de empregos e formalizar outros 500 mil, além de declarar que não considera viável a privatização de importantes empresas estatais, como a petrolífera Ecopetrol e a elétrica Isagen.
Em um grande entrevista coletiva realizada após sua reunião com Uribe, o vencedor das eleições de domingo também definiu sua política sobre o papel do Estado em assuntos econômicos. "Não gosto de vender ativos para tapar lacunas fiscais", dado que não é saudável para uma economia vender empresas produtivas.
Como exemplo da importância que outorgará à economia, Santos acrescentou que as cinco "locomotivas" do crescimento durante seu Governo, que começará no próximo 7 de agosto, serão a agricultura, a habitação, a infraestrutura, a mineração e petróleo e a inovação.
"Como dissemos na campanha para gerar emprego, é preciso iniciar uma série de políticas" que permitam gerar postos de trabalho, "entre elas um alto crescimento da economia", ressaltou.
Durante o dia todo, Santos recebeu mensagens de presidentes de vários países, mas na entrevista coletiva só destacou a ligação feita pelo equatoriano Rafael Correa e o comunicado divulgado pelo Governo da Venezuela que o felicita pela vitória.
"Falei com o presidente Correa esta manhã. Ele me ligou, de forma muito amável dialogamos sobre a forma de buscar um caminho para melhorar ainda mais as relações e acelerar esse processo", comentou Santos.
Ao referir-se à Venezuela, agradeceu o comunicado de felicitação emitido pelo Governo desse país. "Agradeço e valorizo muito. É um primeiro gesto muito positivo para restabelecer as relações pelo bem de nossos povos".
Santos aproveitou a coletiva à imprensa nacional e estrangeira para expressar suas "melhores intenções e toda a disponibilidade para que o Governo da Venezuela se sinta tranquilo e confiante".
Além disso, celebrou o "silêncio" do presidente Hugo Chávez durante a campanha ao segundo turno da eleição presidencial na Colômbia, frente às intromissões públicas que fez na primeira etapa do pleito. "Certamente o interpretamos positivamente".
Sobre os Estados Unidos, o presidente eleito disse que seu Governo manterá a colaboração na luta contra o narcotráfico, porque "para a Colômbia, não é um simples problema de saúde pública, mas de segurança nacional".
Segundo ele, se equivocam os analistas que assinalaram um distanciamento dele com o presidente Uribe em seu discurso de domingo, no qual anunciou algumas das linhas de seu futuro Governo.
E como prova disso, fez referência à reunião que manteve hoje com Uribe para coordenar o cronograma de transição de Governo.
"Eu vou fazer meu Governo, ele fez o seu", disse Santos, ao advertir, no entanto, que Uribe é uma das pessoas que melhor podem interpretar a realidade colombiana e, por isso, o consultará em muitas das políticas durante seu mandato.
Por último, antecipou que até 7 de agosto, quando tomará posse como chefe do Estado colombiano, planeja descansar alguns dias, mas também fazer uma viagem ao exterior, a destinos que ainda está analisando com sua equipe de assessores.
"Vou ver como combino alguns dias de descanso com as visitas aos diferentes países. No final desta semana, teremos um panorama mais claro", concluiu.
Foto: (EFE)