Coronavírus

Redução de salários e de jornada de trabalho divide opiniões

Published

em

O estabelecimentos comerciais de Lages, que fecharam as portas, deram férias coletivas a seus empregados / Adecir Morais

A equipe econômica do governo Jair Bolsonaro propôs medidas para atenuar a crise gerada pela epidemia do coronavírus, que se espalha pelo Brasil. Dentre as propostas, o governo sugere redução proporcional de salários e da jornada de trabalho. As medidas podem ser propostas por meio de um projeto de lei, que para ter validade precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional, ou via Medida Provisória, que tem validade imediata, mas que precisa ser confirmada pelo Congresso em até 120 dias para não perder seus efeitos.

Representantes do setor empresarial e de entidade sindical de Lages têm opiniões diferentes sobre a proposta. O presidente da Associação Empresarial de Lages (Acil), Carlos Eduardo de Liz, disse que é preciso esperar para saber como governo pretende pôr em prática as medidas anunciadas. “Precisamos aguardar o que vai acontecer. Temos de ver primeiro o conteúdo destas medidas”, declarou.

O diretor executivo da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Lages, Jhonathan Roberto da Silva, enxerga as medidas de maneira positiva, entretanto, ele espera ver decisões mais efetivas a favor dos empresários para amenizar os impactos negativos da crise do coronavírus. “Vemos como positivo o anúncio do governo, mas precisamos de algo mais concreto”, declarou.

Ele disse que setor obteve, por meio da Resolução 152, um avanço considerável contra a crise. O setor conseguiu prorrogar o prazo para pagamento dos tributos federais no âmbito do Simples Nacional. Os pagamentos de março, abril e maio foram adiados para outubro, novembro e dezembro, respectivamente. 

Em Lages, Jonathan disse que o comércio já tomou algumas decisões para ajudar a combater a pandemia do coronavírus.  Dentre as medidas, até mesmo por força do decreto do Governo do Estado, os comerciantes deram férias coletiva de 15 dias para os funcionários do comércio.

O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Lages, Elói Bassin disse que é “muito cedo” para o governo querer reduzir salários e jornada de trabalho. “Vivemos um período de angústia e preocupação com a crise do coronavírus e, antes de tomar qualquer decisão, temos que sentar com o sindicato patronal para discutir a questão. Agora não é momento de tomar decisões que afetam o trabalhador. O governo precisa encontrar outras formas de ajudar as empresas, como dar incentivos fiscais”, disse. O Sindicato do Comércio possui entre 8 e 9 mil trabalhadores associados.

clique para comentar

Deixe uma resposta