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Reclamações de baderna em bar na Avenida Marechal Floriani, em Lages
As comunidades que moram no entorno de bares e casa noturnas reclamam do barulho e da sujeira produzidos pelos frequentadores. A situação não é exclusividade apenas de um estabelecimento, tanto que proprietários do setor, preocupados com esses registros, estão formando um núcleo, junto à Associação Empresarial de Lages (Acil) para discutir e definir condutas e criar um estatuto.
Na madrugada de quarta-feira, uma briga próximo a um bar na Avenida Marechal Floriano, Bairro Santa Rita, voltou a levantar a discussão e alimentar as queixas dos vizinhos.
O vídeo de toda a briga ganhou as redes sociais e mostra bem como é o local a noite. A bagunça, segundo os moradores, começa às quartas-feiras e segue até sexta-feira. E eles têm que conviver com cenas deprimentes como garrafas quebradas, copos espalhados pelas calçadas, som alto, muita gritaria, brigas e pior: com cheiro de urina.
“Não consigo dormir. Minha avó de 80 anos também sofre por causa do som dos carros e a algazarra durante a noite. E de dia é quase impossível passar pela rua devido ao cheiro forte de ‘xixi’. Não somos contra os bares, mas contra a atitude dos frequentadores”, protesta.
Um comerciante, que não quis se identificar, falou que como o comércio funciona em horário comercial não presencia as barbaridades, mas quando abre o estabelecimento no outro dia, tem que primeiro recolher o lixo que é deixado no entorno.
“Imagino quem mora mais perto, como aguenta o cheiro de urina?”, diz ele que está estabelecido a uns 50 metros de dois dos quatro bares da redondeza. “Uma noite dessas a câmera de segurança registrou uma briga envolvendo cinco pessoas e foi tão grande que se estendeu para as rua e houve danos nos carros estacionados”, contou.
Outro comerciante diz que as brigas são constantes e sempre que a Polícia Militar é acionada vai verificar. Ele lembra que em algumas situações a PM chega, “manda” todos embora, mas não leva muito tempo os arruaceiros retornam e a bagunça recomeça.
“A pracinha dos Bandeirantes ficou por quase dois meses sem iluminação”, recordou outro morador. Local que, de acordo com ele, virou ponto de encontro e propício para o consumo de drogas. O problema já foi resolvido e as reuniões reduzidas
“Não somos os vilões”
O dono do Bar TCC, Luis Fernando Campos, admite que brigas acontecem. E para preveni-las contratou dois seguranças, um deles externo para, justamente, coibir abusos. Em um ano e quatro meses, viu apenas uma briga próximo ao seu bar.
“Não permitimos que as pessoas saiam com garrafas. Tentamos controlar o máximo possível o que acontece no entorno. Também somo atingidos por certas atitudes. Tive que contratar uma pessoa só para lavar as paredes onde os frequentadores urinam. Nem uma placa dizendo o valor da multa intimidou os infratores.”
Ele explica, ainda, que foi um dos mentores em criar o núcleo de bares e casas noturnas. “Já tivemos duas reuniões. Um dos motivos é garantir a concorrência legal.” Ele ressalta que tem bom relacionamento com a PM e quando é solicitada, atende prontamente.
O que diz a PM
O tenente, chefe da seção técnica do 6 º Batalhão de Polícia Militar, Bruno Montovani, disse que a situação é preocupante ao menos em dois bares que ficam de frente um para o outro, na Avenida Marechal Floriano.
Segundo ele, em três meses houve 38 ocorrências, mas a da madrugada desta quarta-feira não gerou procedimento, uma vez que a PM não foi acionada pelo 190. “O local é problemático e preocupa desde o ano passado. E gera as mais diversas ocorrências possíveis”, diz o policial.
Desordem, perturbação do trabalho e do sossego, barulho dos frequentadores. Há relatos de fechamento da rua proibindo as pessoa de transitarem e até queixa de impedimento dos veículos passarem são as ocorrências mais registradas.
“Eles também ficam sobre a pista de rolamento. Há queixa, ainda, contra a dignidade sexual, depredação de placas, carros, propriedades, consumo e venda de drogas,” segundo o policial. “Inclusive quando as nossas guarnições vão lá, são recebidas a garrafadas e pedradas.”
Montovani antecipa que o Ministério Público está ciente do problema, assim como a Secretaria do Meio Ambiente e a Secretaria de Planejamentos, e todos se prontificaram a adotar medidas para coibir a quebra da ordem nesses locais.