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Rebanho de terneiros está em expansão na Serra Catarinense

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Entre as raças, destaca-se a Devon, pela qualidade da carne - Foto: Patrícia Vieira

Municípios da região da Serra Catarinense estão se destacando com a criação de gado, inclusive, de terneiros para exportação e abate precoce. Dados da Cidasc Regional de Lages, mostram que, neste ano, até agora, já foram exportados 6.006 animais da região. Enquanto que no ano passado esse número chegou a 4.751 animais jovens. 

Do total deste ano, o município de Lages, considerado o polo da pecuária, exportou 1.576 animais de 0 a 12 meses, oriundos das 1.561 propriedades cadastradas com um plantel de 96.899 animais das mais variadas raças, como Devon, Hereford, Braford, Angus, Brangus e Charolês. 

Nos últimos anos, precisamente no período de 2014 a 2019, somente na regional de Lages, que abrange Lages, Painel, Bocaina do Sul, Otacílio Costa, Palmeira, Ponte Alta, São José do Cerrito, Capão Alto, Campo Belo do Sul, Cerro Negro e Anita Garibaldi, houve registro da introdução de mais de 58.113 mil cabeças. Saltando de 323 mil para 403.113 animais. Isso representa um incremento de 16,84% no rebanho da região. Atualmente, as 10.763 propriedades rurais cadastradas na região mantêm um plantel de 64.050 terneiros. 

O presidente do Sindicato Rural de Lages, Márcio Pamplona, acrescenta que o crescimento do setor de animais jovens foi devido ao incentivo do Governo do Estado de Santa Catarina com o Programa de Apoio à Criação de Gado para Abate Precoce e a criação de uma linha de apoio dentro do Programa de Desenvolvimento da Pecuária de Corte, com crédito especial para aquisição de touros de raças de corte em Santa Catarina.

Ou seja, com a inclusão da pecuária de corte no Programa Juro Zero, pecuaristas aproveitaram para investir no melhoramento de campo nativo da Serra Catarinense. De lá pra cá, os mais de 10 mil produtores da região se especializaram na produção de terneiros de qualidade.

Abate precoce

Pamplona explica que a qualidade das lavouras da região ampliam a  oferta de alimentos também no inverno. “Os pecuaristas não estão só criando para a comercialização de confinamentos. Eles próprios,têm condições e fazer a terminação dos animais num ciclo mais curto e vender pronto para o abate direto para o frigorífico.” enfatiza.  

Desde 2015, são considerados animais precoces os bovinos abatidos dentro da faixa etária de até 30 meses, com peso mínimo de 240 kg de carcaça para machos e 210 kg para fêmeas. Também se encaixam os animais abatidos dentro da faixa etária de até 20 meses de idade, considerados super precoces, e com pesos mínimos de 210 kg de carcaça para machos e 180 kg para fêmeas.

Exportação

Em setembro deste ano, Santa Catarina exportou 3.596 cabeças de gado para a Turquia. Somente em 2019, já foram embarcados, aproximadamente, 8.600 bois vivos com destino ao país euro-asiático. A Turquia é, atualmente, o país que mais importa bois vivos do Brasil, por motivos político-econômicos e também religiosos, uma vez que a população muçulmana segue regras específicas de alimentação, respeitando as tradições islâmicas.

Servidores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) realizam a fiscalização e certificação desse tipo de operação.

O primeiro lote de terneiros para a Turquia foi embarcado em maio de 2016. Na ocasião, 4,2 mil bovinos foram enviados à Turquia. Estes embarques feitos nos últimos dois anos injetaram, diretamente na economia catarinense, entre R$ 8 milhões e R$ 12 milhões em um período de 60 dias. 

Os animais foram comprados de cerca de 200 propriedades rurais, prestigiando pequenos produtores, inclusive da Serra Catarinense.  O Porto de Imbituba é o único em Santa Catarina que opera a exportação de cargas vivas.

Preservação da raça flamenga

Outro destaque da criação de bovinos em Lages é a preservação da raça flamenga. A Epagri/Estação Experimental de Lages possui um rebanho de 38 matrizes de Pura Origem (PO). É o único rebanho remanescente da espécie na América do Sul. 

O pesquisador e gerente da estação de Lages, Ulisses de Arruda Córdova, explica que a raça flamenga tem maior resistência na Serra Catarinense. Além disso, possui grande potencial para a produção de leite, sem a necessidade de suplementação alimentar. O animais PO são vendidos para criadores interessados na produção de leite e de queijo artesanal serrano. 

Devon

Atualmente, a raça Devon, que possui uma característica mais leiteira, dócil e com grande habilidade materna, além de ser uma das mais valorizadas pela qualidade da carne, também está sendo criada na Estação Experimental de Lages. A intenção é aumentar o número de animais através da inseminação artificial em vacas. “Escolhemos a raça Devon porque  precisamos de animais de porte menor e que ganhe peso ainda jovem”, explica.

Pecuária em números

2018 – 2019 

Exportados: 4.751 animais – 6.006 animais

Participação em feiras de gado geral e reprodutores: 11,822 – 7,155 

Bovinos abatidos:  39,535 – 10,357

Total de bovinos de 0 a 12 meses 64,050

Total 403.113

Total de propriedades cadastradas 10.763

*Dados fornecidos pela Cidasc- Regional de Lages atualizados até 3 de setembro de 2019

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