Prevenir é o melhor caminho para uma mente saudável

Conscientizar e tratar é a melhor forma de prevenir transtornos mentais – como a depressão – e também para impedir suicídios. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mostram que todos os anos, cerca de 800 mil pessoas se matam. No mundo, esta é a segunda maior causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos. De 2010 a 2016 (último ano da pesquisa), o número de suicídios diminuiu quase 10%, porém, no Brasil a situação é inversa, já que as taxas subiram 7%.  

Para tentar mudar essa realidade, desde 2015, por iniciativa do Centro de Valorização à Vida (CVV), Conselho Federal Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), se realiza a campanha Setembro Amarelo. Em Lages, o evento tem várias ações programadas, como palestras em escolas públicas e privadas, instituições e empresas. 

Uma das primeiras ações feitas, foi no desfile de 7 de setembro, em que um bloco marchou pela Avenida Duque de Caxias com faixas e cartazes sobre o assunto, além da entrega de panfletos para a comunidade. 

Também estão sendo intensificadas, dentro dos três Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Lages, as atividades terapêuticas com o envolvimento das famílias dos pacientes. Outra ação do Setembro Amarelo no município é um seminário sobre o tema, que ocorrerá na próxima terça-feira (24), das 8 horas às 17 horas, no Centro de Ciências Jurídicas da Uniplac.

A gerente de saúde mental da Secretaria Municipal da Saúde, Janaína Schlickmann de Souza, conta que o número de adolescentes que se automutila e com ideias suicidas têm assustado os profissionais de saúde do município. Ela diz que a quantidade de suicídios registrada não é real, porque muitas mortes são documentadas pelas suas causas e não por terem sido causadas por suicídios.

Conforme os atendimentos que já acompanhou, a profissional destaca que quem pretende se suicidar, na verdade, quer acabar com o sofrimento que está sentindo e não morrer. “Quando falamos que é possível tirar toda aquela dor da pessoa que quer se matar, ela geralmente diz, então, que quer viver. A morte para elas é a última alternativa”.

O caminho para ajudar quem está com algum transtorno mental, segundo Janaína é a conscientização, começando em desmistificar a ideia de que quem quer se suicidar, fala sobre isso antes.

“Alguns falam que quem quer se matar não avisa, vai lá e se mata. Mas isso é mentira. Todos dão sinais antes, seja na forma de falar, de agir ou pensar”. Outro ponto que precisa ser trabalhado, de acordo com ela, é dizer que pessoas com depressão não são fracas, só porque a dor delas não é física e aparente. “É preciso tentar compreender, se colocar no lugar do outro. Servir de ouvinte ou consolar já é uma forma de ajudar”.

Conheça os pontos de atendimento

Caps II: Oferece tratamentos para adultos acima de 18 anos, portadores de transtornos mentais graves, severos e persistentes. Endereço: Avenida João Goulart, sem número, Bairro Pisani. Telefone: (49) 3251-7974.

Caps i: Atende crianças e adolescentes com faixa etária até 18 anos, que apresentem transtorno mental e/ou transtorno decorrente do uso abusivo de álcool e outras drogas. Endereço: Rua Coronel Córdova, nº 1058, Centro. Telefone: (49) 3251-7965.

Caps Ad: Oferece tratamento para adultos acima de 18 anos, que apresentem transtorno decorrente ao uso abusivo de álcool e outras drogas. Endereço: Rua Correia Pinto, nº 561, Centro. Telefone: (49) 3251-7972.