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Por enquanto, redução só nas refinarias

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Foto: Bega Godóy

Basta a Petrobras anunciar uma redução no preço da gasolina nas refinarias, que os consumidores começam a questionar quando esse reajuste vai chegar às bombas. E a divulgação de uma redução de 3%, que representa R$ 0,0549 por litro do combustível, num cenário de economia estagnada, é motivo de comemoração.

Em Lages, o preço médio do litro de gasolina comum está custando R$ 4,21, redução de R$ 0,20 centavos, em relação aos valores praticados há 15 dias, queda de 4,55%. No mesmo período, a redução anunciada pela Petrobras foi de 3%.

Fato é que essa nova diminuição anunciada nas refinarias refere-se a gasolina do tipo A, vendida para as Distribuidoras, ou seja, os postos não compram gasolina direto da Petrobras. Desta forma, se o dono do posto receber a gasolina com o desconto, fica a seu critério repassar ou não. A gasolina é apenas um dos itens que compõem a planilha de custos dos postos de combustíveis, que a exemplo de outras empresas têm despesas com funcionários, impostos, água e energia elétrica.

Segundo a assessoria do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Santa Catarina (Sindipetro), em respeito à Lei 12.529/2011 (Lei de Defesa da Concorrência) não pode orientar o revendedor a como proceder, sob pena de ser acusado de incentivo a formação de cartel.

Além disso, deve-se considerar as bases da Petrobras, que é de onde sai a gasolina. Itajaí, Biguaçu e Guaramirim são as mais próximas de Lages. Mesmo assim, há distribuidora que traz o combustível do Rio Grande do Sul ou do Paraná.

Em Lages, as distribuidoras retiram o combustível na base da Idaza (não é uma base própria da Petrobras, não divulga o preço).

Outro aspecto a ser considerado é que a redução é na gasolina pura. Há de se entender que em cima desse valor é colocado imposto, o valor do etanol, o valor do frete, entre outros. O comércio de combustíveis, assim como os demais, é pautado pela livre concorrência e cada um pratica o preço conforme a sua realidade.

Ao fazer as contas, o consumidor acaba se conformando com a política de reajustes adotado pela Petrobras. “Vejo anúncios de reajustes para cima e para baixo e confesso que nunca pude comemorar por muito tempo. Não dá tempo de os donos dos postos repassarem, que logo vem novo reajuste. E nós consumidores ficamos no meio deste tiroteio, cada um tentando justificar o repasse ou não”, desabafa o motorista Rafael Lemos, que abandonou o carro e agora usa a motocicleta Honda Biz.  

Como é calculado o preço nas refinarias?

Os combustíveis derivados de petróleo são commodities e têm seus preços atrelados aos mercados internacionais, cujas cotações variam diariamente, para cima e para baixo. Essa lógica se aplica a outros tipos de commodities nas economias abertas, onde é possível importar e exportar como, por exemplo, trigo, café, metais, etc. Num ambiente de economia aberta e liberdade de preços, enfrentamos a concorrência dos importadores de combustíveis, cujos preços acompanham o mercado internacional. Assim, segundo a Petrobras, a variação dos preços nas refinarias é importante para que possamos competir de forma eficiente no mercado brasileiro. [Fonte: Petrobras]

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