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Para o novo presidente do Sebrae, Serra tem muito a crescer

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Carlos Henrique Ramos Fonseca, é o nome diretor superintendente do Sebrae Santa Catarina. Formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC e com Pós-Graduação em Engenharia Econômica, também fez cursos de especialização no Brasil e no exterior. Tem uma certa ligação com Lages, já que é neto do ex-governador Celso Ramos e sobrinho do ex-presidente Nereu Ramos.

Foi superintendente da Previsc, do Sesi Nacional e membro dos Conselhos da Fapesc, Previsc e Sebrae/SC. Atuou como gestor de fundos de investimento de capital de risco e antes de assumir a Superintendência do Sebrae/SC, estava como diretor de Desenvolvimento Institucional e Industrial da Fiesc e como superintendente do IEL/SC. Nesta entrevista, concedida ao Correio Lageano, Carlos fala sobre sua chegada à frente do Sebrae e sobre o desenvolvimento da Serra Catarinense.

Correio Lageano: O antigo presidente ficou na instituição por 18 anos. Com a sua chegada ao Sebrae, a ideia é de modernização e de trazer mudanças para os anos de gestão?

Carlos Henrique Ramos: Sim. Temos alguns desafios internos e destaco a transformação digital do Sebrae. O mercado global está se transformando e as empresas precisam acompanhar as tendências. Somente com o Sebrae preparado teremos capacidade para seguir atendendo com excelência os pequenos negócios.

Quais são as prioridades neste momento para o Estado?

A retomada na economia é, sem dúvida, o grande anseio da população e do setor produtivo do Estado. Em Santa Catarina, apesar da recessão econômica dos últimos anos, a nossa economia está muito próxima do início de 2014, período anterior à crise.

Porém, os nossos desafios serão grandes e a volta do crescimento, com certeza, depende do sucesso dos pequenos negócios. Dessa forma, durante a nossa gestão iremos focar as nossas ações para proporcionar às pequenas empresas ainda mais oportunidades de desenvolvimento, atuando para incentivar os empresários a buscarem capacitação e conhecimento. Iremos levar a inovação para os pequenos negócios, estimulando, assim, a produtividade das nossas empresas, além de ajudá-las a crescer, a expandir fronteiras e trilhar o caminho da internacionalização.

E para a Serra? Como o Sebrae estadual vê a situação da região? O momento é de mais investimentos para a Serra?

A Serra Catarinense nos apresenta uma realidade na qual o empreendedorismo tem bastante espaço para crescer e, desta forma, dinamizar a atividade econômica da região, de maneira sustentável, valorizando seus aspectos naturais e culturais. E o Sebrae/SC posiciona-se como uma das instituições protagonistas na busca pelo desenvolvimento.

Na Serra, levamos educação empreendedora para mais de 6000 alunos de escolas públicas municipais, atuamos na melhoria do ambiente de negócios e investimos na valorização de produtos de identidade territorial, como o vinho de altitude, o mel de bracatinga e a maçã fuji de São Joaquim, que estão com seus processos de Indicação Geográfica (IGs) sendo construídos e que irão agregar renda aos produtores da região, assim como incrementar a cadeia do Turismo agregando a enogastronomia.

A utilização da tecnologia, pelos pequenos negócios locais, como ferramenta de melhoria dos pequenos negócios, tanto na gestão, como na produção e acesso a mercados,  será uma das nossas bandeiras.

Novas iniciativas serão analisadas com o objetivo de incrementar as ações na região. Independentemente do cenário externo estar indefinido, a Serra Catarinense sempre contará com um olhar especial do Sebrae/SC.

A região possui muitos microempresários, que são responsáveis pelo emprego de muitas pessoas? É preciso incentivar esse movimento?

Sem dúvida. As micro e pequenas empresas são responsáveis por 99% das empresas formais do Estado e por mais de 52% dos empregos com carteira assinada. Foram os pequenos negócios que auxiliaram o Estado a se manter entre os que menos sofreram os impactos da crise no país. Em 2018, sete em cada dez empregos gerados foram pelos pequenos negócios.

É fundamental incentivar o empreendedorismo e garantir ao empresário catarinense subsídios para crescer.

A instituição está preparada para, caso como declarado pelo ministro da Economia Paulo Guedes, sejam realizados cortes dos investimentos? Será possível manter os resultados positivos com a escassez de recursos?

O ministro fala em um corte entre 30% e 50%. Se isso realmente ocorrer, todo o Sistema S será atingido. O que fizemos, já como preparação, foi revisitar o nosso orçamento para 2019. Nele, fizemos um corte de 30%, buscando fazer mais com menos. Precisamos inovar e criar meios de manter os bons resultados com menos recursos. De qualquer maneira, acredito que o diálogo pode mudar opiniões. O Sebrae é o principal apoio das micro e pequenas empresas do país, que representam 99% dos negócios formais. Isso, com certeza, será levado em conta pelo novo governo. Além disso, temos o ex-ministro Guilherme Afif Domingos que está trabalhando com o ministro Paulo Guedes. Ele é um embaixador do setor e defenderá as micro e pequenas empresas.

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