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Pacientes continuam sendo prejudicados
Com 73 anos de idade e com leucemia aguda, Iracema Anzilietp Valim, não esperava que seu estado de saúde sofreria tanto descaso. Mesmo com o laudo de sua médica, solicitando transporte aéreo urgente para o Hospital Universitário, em Florianópolis, ela precisou enfrentar cinco horas de viagem em uma ambulância.
Isso porque o Samu não autorizou o transporte pelo helicóptero Águia 4, da PM. Segundo a filha de Iracema, Lucilene Valim Volpato, o Samu, não deu explicação sobre o caso. “Simplesmente disseram que não foi autorizado. A comunidade precisa de uma explicação, é uma disputa de poder que está ocorrendo? Aqui no hospital tem até heliponto”, questiona.
Ela frisa que a médica deu um laudo solicitando o transporte aéreo por conta do quadro de saúde de Iracema ser instável e delicado. “Considero a médica a maior autoridade, pois sabe como está o quadro da mãe. Para você ter ideia, a viagem demorou cinco horas. O motorista muito competente, ligou a sirene, fez de tudo para chegarmos rápido, mas não são todos os veículos que saem da frente”.
Iracema ficará cerca de 20 dias internada, por conta do tratamento contra o câncer que precisa fazer. Enquanto isso, como possui parentes na capital, a família ficará abrigada na casa de familiares.
Ministério Público poderá abrir um procedimento administrativo
O promotor da 14ª Promotoria de Justiça da Cidadania, Carlos Renato Silvy Teive, tomou conhecimento ontem, do impacto da falta de funcionamento efetiva do helicóptero Águia 4, na Serra Catarinense.
Ele soube do assunto através da reportagem do Correio Lageano. Até então, ninguém tinha denunciado a situação para o Ministério Público. Diante disso, o promotor analisará o caso e poderá abrir um procedimento administrativo ou outra medida.
O Samu não respondeu sobre o motivo que fez o helicóptero Águia 4 não ser autorizado a transportar a paciente. Porém, em matéria divulgada no dia 2 de outubro, através de nota, informaram que há critérios técnicos para transporte e transferência de pacientes entre hospitais no Estado. Segundo a nota, quando não é possível usar alguma das aeronaves disponíveis, o transporte mais seguro é feito por via rodoviária, com uso de ambulâncias de suporte avançado.
Os dois helicópteros Arcanjos, dos Bombeiros, funcionam sem restrições, mas a demanda é grande e eles atendem todo o Estado. Eles não possuem impedimento pois foi feito um convênio e uma parceria entre o Corpo de Bombeiros Militar e o Samu. Um dos questionamentos de Lucilene Valim Volpato é se esta parceria não poderia ser feita também com a PM para resolver o impasse com o Águia 4.