Geral
O contagiante Recanto do Pinhão
Lages, 28/05/2010 – Correio Lageano
A Festa do Pinhão, que começou de forma popular, com alguma improvisação, mas atraindo a participação da comunidade com músicos fazendo shows sem nada cobrar, até porque não havia dinheiro para pagar os custos, ganhou, com isso sustentação. Exemplo disso é a forma como surgiu o Recanto do Pinhão, que teve nome e primeiro estrutura vinda do interesse do cidadão que queria que a cidade oferecesse mais opções, além da festa.
Foi com esse pensamento que o empresário Ernani Luiz Vieira teve a ideia e a ofereceu ao setor de turismo da prefeitura de Lages. Ernani fez isso em 1994, a partir de pedido de informação de um visitante que queria saber quais os outros atrativos que a cidade tinha para que os visitasse durante o dia, já que a Festa do Pinhão era noturna.
A sugestão de se criar um atrativo relacionado com a festa no Parque de Exposições Conta Dinheiro acabou trazendo ônus a quem sugeriu, mas o Recanto do Pinhão foi implantado em 1994. Para isso, Ernani Luiz Vieira tirou dinheiro do próprio bolso para pagar as despesas de montagem de palco e de casinhas de madeira para o primeiro espaço às entidades beneficentes e clubes de serviço.
A planta do Recanto do Pinhão a prefeitura fez, num trabalho do arquiteto Ruy Belling, segundo Ernani. Portais, palco e casinhas de madeira compunham, então, a estrutura do Recanto. Porém, a construção dos espaços para que as entidades vendessem produtos típicos locais foi feita dentro da disponibilidade financeira. As casinhas não tinham assoalho, apenas cobertura e paredes, condições mínimas para que se pudesse arrecadar algum dinheiro para atender a área social.
O primeiro palco do primeiro Recanto do Pinhão não tinha cobertura, porque o dinheiro era insuficiente para se montar um palco coberto. Assim, só havia show – por artistas locais que nada cobravam – quando não chovesse. Mas mesmo com alguma precariedade, houveram inciativas interessantes para a época, como uma linha física de condução de som do calçadão ao terminal urbano para que a comunidade que ficava à espera dos coletivos pudesse acompanhar o som dos shows.
Fotos: Deise Ribeiro / CL