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Novos entraves no aeroporto de Correia Pinto

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Construção de Resa e retirada de talude são necessárias para voos por instrumento - Foto: Andressa Ramos

As tratativas para a construção de um novo aeroporto na Serra Catarinense iniciaram-se em 1998, mas foi em 2002 que começaram as obras de construção do Aeroporto Regional do Planalto Catarinense. Passadas duas décadas, a homologação e o início das operações ainda parecem distantes de se tornar realidade.

Na semana passada, após uma reunião entre autoridades e representantes do empreendimento, o funcionamento deste aeroporto voltou a ser tema de debate. De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), para que o Aeroporto de Correia Pinto possa operar voos por instrumentos há necessidade da construção de Resa (sigla em inglês para Áreas de Segurança de Fim de Pista) na cabeceira da pista, e da retirada de talude ao lado da pista de pousos e decolagens.

Segundo o coordenador da Comissão de Voos Regionais da Acil, Anderson de Souza, estas condições são novas e passaram a ser exigidas por causa de uma mudança na legislação aeroportuária. “A Resa é um prolongamento de terra no fim da pista que tem que ser maior do que a área atual, por isso, precisa ser adequada para atender à exigência da Infraero”, explica. Segundo ele, o material que será retirado do talude ao lado da pista poderá ser utilizado para a construção da Resa, contudo, só este material não será suficiente.

Sobre a homologação, Anderson explica que, inicialmente, o aeroporto recebe autorização para operação visual e, só depois de um período em atividade, recebe a homologação para operar por instrumentos. “Apesar disso, o aeroporto já conta com os equipamentos necessários para operar por instrumentos”, afirma.

Anderson ressalta que, além dos apontamentos feitos pela Infraero, há outros problemas de infraestrutura no novo aeroporto, porém, são menores e não interferem no funcionamento. “O prédio carece de reformas, pois tem uma série de avarias como infiltrações e lâmpadas queimadas. Além disso, é preciso redimensionar a sala de passageiros para que tenha mais lugares.”

De acordo com a Infraero, tanto a construção da Resa quanto a retirada do talude são de responsabilidade do Governo do Estado, que está gerindo a obra, por meio da Secretaria de Estado da Infraestrutura. O órgão informou, ainda, que o contrato entre a Infraero e o Governo do Estado vence em 17 de janeiro do ano que vem, porém, há previsão de prorrogação.

Acesso ainda não está concluído

Outro problema existente, mas que não interfere na homologação do aeroporto, é a conclusão do acesso localizado na BR-116. De acordo com nota enviada pela assessoria de imprensa da Autopista Planalto Sul, concessionária responsável pela rodovia, no dia 6 de novembro ocorreu uma reunião com o Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) e a CCL Contrutora, empresa responsável pela obra, para tratar do assunto.

Na ocasião, a concessionária solicitou informações sobre revisão dos projetos de sinalização, drenagem e iluminação que, segundo a nota, “são essenciais para a continuidade dos serviços no local”.

Ainda segundo a assessoria, não foi formalizada uma data para o envio destas informações, porém, a celeridade no envio implica diretamente na continuidade das obras. A CCL informou que participou da reunião, contudo, como é a executora da obra, cabe ao Governo do Estado atender às solicitações feitas pela Autopista.

De acordo com o superintendente regional do Deinfra em Lages, Narciso Leal Narciso, para que a obra do acesso seja entregue de acordo com o projeto original, falta a conclusão do trevo e da sinalização. Todavia, a concessionária fez novas exigências. “A Autopista quer que o Estado seja responsável pela manutenção do acesso, o que é impossível, pois se trata de patrimônio do Governo Federal”, avalia.

Procurada, a Secretaria de Estado da Infraestrutura não se manifestou. Por nota, a assessoria da equipe de transição do governador eleito, Carlos Moisés, informou ter conhecimento do caso e que está “analisando a situação para criar um plano de ação”.

1 Comentário

1 Comentário

  1. Claudio Lemes Louzada

    12/12/2018 at 18:53

    O que é aeroporto regional? Na china e nos países desenvolvidos, aeroporto regional tem, entre outras tantas facilidades, pista de 2.500 x 45m em cimento Portland, porque só aeródromos são construídos de asfalto, onde a primeira manutenção asfáltica é em 4 anos e as de cimento Portland com 21 anos de uso. É um aeroporto projetado para receber o Airbus A320-NEO e o Boeing B737-MAX de 170 lugares. Os outros aeroportos Chineses têm pistas de 3.500 x 60m, e eles constroem e inauguram 4 desses aeroportos de categoria internacional a cada ano.
    Depois de anos e milhões gastos, a pista construída em Correia Pinto é de apenas 1.600 metros de comprimento (1.600 x 45m), ou seja, lamentavelmente só 70 metros maior que a da cidade de Lages.
    Em pleno século 21, também é inadmissível que um aeroporto como Correia Pinto seja inaugurado sem operação de voo por instrumento, ou com o rádio farol não direcional NDB, tecnologia desenvolvida em 1923 e infelizmente instalado em Correia Pinto, ao custo de 1 milhão de reais, para servir de balizador ao voo por instrumento quando inaugurado. Dificilmente uma empresa aérea iniciará os voos em Correia Pinto operando somente voo visual ou com o equipamento NDB, já banido da moderna aviação em todo o mundo. Não existe nenhuma carência para aeroportos. Ele pode ser inaugurado operando por instrumento ou simplesmente e atrasadamente por voo visual. Não há gestação, carência, incubação ou período de experiência. Normalmente, nesses casos há falta de infraestrutura aeroportuária. Então, melhor permanecer no aeroporto de Lages com sua infraestrutura funcional.
    Não precisa ser meteorologista para conhecer as restrições impostas por baixa visibilidade e teto na região, fatalmente afetarão os voos do aeroporto. Atualmente, o mínimo requisitado para o voo por instrumento é o GPS como no aeroporto de Lages, onde operam aeronaves turboélices de 70 lugares.
    Aeroporto sem voo por instrumento GPS ou de precisão ILS, não é aeroporto. É só mais um aeródromo com pouca ou nenhuma infraestrutura aeroportuária, ineficaz a aviação de linha regular.
    Lages, Correia Pinto e entorno continuam a se autoflagelar ao promover um aeroporto que nasceu deficiente e sem ter nenhuma projeção do que é o modal aéreo no século 21.
    Saudações,

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