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Não há previsão para sincronizar completamente o sistema de semáforos
Reclamações em relação ao trânsito de Lages são comuns, tanto que, nos últimos anos, várias alterações de sentido de fluxo foram feitas para resolver problemas pontuais e, desde 2018, discute-se a sincronização dos semáforos por meio de uma central de monitoramento.
O equipamento foi instalado em julho deste ano e ainda está em fase de testes. Mesmo assim, sua eficiência foi questionada no dia 5 deste mês, quando três veículos se envolveram em um acidente no cruzamento da Rua Marechal Deodoro com a Avenida Belisário Ramos. Os motoristas alegaram que o semáforo teria liberado o trânsito em dois sentidos, simultaneamente.
A Diretoria de Trânsito (Diretran), que responde pela Central de Monitoramento de Semáforos, alega que isso é impossível de acontecer. A possibilidade seria a queima de uma lâmpada (vermelha), o que poderia ter passado a ideia errônea de sinal aberto.
Mas, segundo o diretor de Engenharia de Trânsito e Sinalização, Sérgio Todeschini, qualquer problema técnico é percebido na hora, já que a central marca o defeito com um ponto de interrogação e uma equipe é deslocada para fazer o conserto.
Questionado se a Diretran tem câmeras para observar os pontos com semáforos, Todeschini responde que não. O videomonitoramento é realizado apenas pela Polícia Militar, que possui seu próprio sistema.
Mas em reportagem publicada em 14 de junho deste ano, o diretor apontou que “a fibra óptica vai nos dar alternativas para o uso desse sistema que está sendo implantado, como a instalação de câmeras e contagem de veículos, coisas que não poderíamos fazer se fosse radiocomunicação. [Com a fibra óptica] temos mais velocidade na transmissão da informação, que vai acontecer em tempo real, e não teremos problemas de interferência do clima, porque [radiocomunicação] é igual TV a cabo, quando chove, cai tudo”, explica.
Quem sabe as câmeras sejam instaladas em etapas futuras, já que o diretor diz que o sistema está em constante evolução. Fato é que, atualmente, a contagem de fluxo de trânsito é realizada manualmente por funcionários da Diretran. Essa contagem é necessária para estabelecer o tempo de abertura de cada semáforo.
Em janeiro de 2018, quando a Diretran estava sob a responsabilidade de Jacinto Bet, a proposta com a Central de Monitoramento era mais ambiciosa. A intenção era acabar com a sincronização manual dos semáforos e atuar observando as câmeras, em casos de congestionamentos ou até mesmo cortejos fúnebres. Os monitores poderiam manter por mais tempo um sinal aberto, dando fluidez ao trânsito.
Outro benefício anunciado naquele ano foi a onda verde, sistema usado em grandes centros, onde o motorista mantém uma velocidade média e encontra todos os semáforos abertos. Atualmente, a central já permite o controle remoto de cada sinal, mas os operadores não têm como saber como está o trânsito em tempo real.
Central de monitoramento
Instalada na Diretoria de Trânsito de Lages (Diretran), no prédio da Rodoviária Dom Honorato Piazera, a Central de Monitoramento ainda tem muito o que avançar. Porém, a instalação da rede de fibra óptica, que ligaria os semáforos à central de monitoramento e que efetivaria o serviço, já está disponível.
O painel de controle permite, por meio de sinais, a visualização e o funcionamento de todos os 38 semáforos da cidade. “Abre a possibilidade de o sistema apontar em tempo real quantos veículos estão passando em determinado cruzamento. Levanta, ainda, a possibilidade de colocação de radares e outras medidas que facilitem o fluxo dos veículos”, diz Sérgio Todeschini, explicando como o sistema pode avançar no futuro.
Por enquanto, o que foi feito é a contagem manual de carros nos principais cruzamentos da cidades e com base nisso programar os semáforos, atrasando ou adiantando. A partir destas informações, é possível calcular o tempo que cada semáforo precisa ficar aberto para dar maior fluidez ao trânsito. O sistema custou R$ 513.907,00, pagos com a arrecadação de multas. A empresa Newtesc foi a vencedora da licitação.