Variedades
Movimentos sincronizados que emocionam
Movimentos sincronizados de bailarinos ao som de um piano, violoncelo e uma cantora solo, deixam as tardes do Teatro Marajoara mais animadas. Os ensaios do ballet adulto são orquestrados pela diretora, coreógrafa e iluminadora do espetáculo, Lia Comandulli, que veio de Curitiba junto com os bailarinos, que se apresentarão na noite de quinta-feira (25) no Teatro Marajoara, durante o Festival Internacional Música na Serra. Os saltos que eles dão são de tirar o fôlego, dá a impressão que os corpos são bem leves e os movimentos fáceis de se executar.
Bailarina profissional por 30 anos, Lia veio na edição do festival do ano passado, mas trouxe um espetáculo diferente este ano. Ela juntou suas profissões, já que é diretora, atriz, coreógrafa, produtora e cantora e criou uma apresentação com oito quadros, todos diferentes, mas que têm em comum o relacionamento humano. “São relações que acontecem em vários locais do mundo e em diversas épocas. O espetáculo não é uma história fechada, o público verá como se fosse uma história em quadrinhos”.
Ela explica que às vezes, um ou outro bailarino dança outros trechos, são os quatro juntos. Os músicos tocam o tempo inteiro e a cantora nem sempre canta. A quantidade de pessoas envolvidas no espetáculo, Lia não sabe ao certo, pois estão sendo escolhidos alunos bolsistas do festival pelo diretor do evento, Jean Reis.
O objetivo do espetáculo é mostrar como o ballet também pode ser teatro ao mesmo tempo. Possui ballet clássico, contemporâneo e jazz, as três técnicas unidas desenrolam a apresentação, que promete arrancar os suspiros da plateia. “Ele é caracterizado como um espetáculo musical de ballet”.
Mercado de trabalho
Lia conta que por ser profissional independente, escolheu bailarinos freelancer. Quando quer montar um espetáculo, procura pessoas com o perfil desejado para a apresentação. “O perfil da pessoa é importante para passar ao público, àquilo que o produtor deseja”.
Se engana quem pensa que dançar com leveza e graça são características somente das mulheres. Dos três bailarinos do ensaio de terça-feira (23), dois eram homens, que provaram ter movimentos habilidosos.
“No exterior, está bem equilibrado, a quantidade de homens e mulheres bailarinas. Mas, no Brasil, ainda há mais mulheres. Acho que neste momento, nem tanto por preconceito, mas devido a situação financeira. Muitos desistem da carreira de dança para escolherem outras profissões”.
Ela mesma cursou Letras e tem pós em Marketing Empresarial. “Essas formações não me trazem só ensino superior, mas me dão uma outra visão para trabalhar com a arte. Porque a arte é um produto cultural, não é só algo bonito, e, vai do diretor e do produtor equilibrarem isso para fazerem um espetáculo que não seja bom somente para eles, mas que seja agradável ao público e o emocione”.