Geral

Moscas causam prejuízo à pecuária em Capão Alto

Published

em

Gado fica dentro da água para escapar do ataque das moscas - Fotos: Divulgação

Moradores de Capão Alto, na Serra Catarinense, estão preocupados com uma suposta proliferação de moscas no interior do município, que tem causado problemas à pecuária por atacar bovinos e outros animais. O produtor Marcelo Costa, que mora na Localidade de Passa Dois, conta que já enfrentou algumas adversidades por causa das moscas.

Segundo Costa, há algumas semanas ele precisou cortar parte do rabo de uma de suas vacas, pois, como o rabo é usado para que o animal se defenda das moscas, o gado acaba se machucado. “De tanto ficar abanando a ‘cola’ pra espantar os insetos, acaba se ferindo e a ferida na cola cria bicheira [infestação da pele por uma grande quantidade de larvas da mosca]”, conta, destacando que duas de suas vacas tiveram o mesmo problema.

Para atender à solicitação de proprietários rurais, o vereador Kleiton Mota Lopes (PPS) procurou auxílio junto ao Instituto do Meio Ambiente (IMA – antiga Fatma) em Lages, e à Vigilância Sanitária de Capão Alto.

Segundo Lopes, o tipo de mosca não foi identificado, por isso, a Vigilância Sanitária foi acionada para que coletassem amostras do inseto para constatar a espécie. O material coletado em parceria com o programa de combate à dengue, da Vigilância Epidemiológica, foi encaminhado para análise em laboratório. A reportagem procurou a Vigilância Sanitária para obter informações sobre a análise, mas sem sucesso.

O vereador explica que, ao contatar o IMA, foi informado que o órgão já havia feito vistoria em uma empresa de Capão Alto após receber denúncia de proliferação de insetos. Segundo Lopes, apesar de não haver nada confirmado, há indícios de que esta empresa possa ser a causadora da proliferação das moscas. “A maior preocupação é o prejuízo que vem causando e também se a infestação começar a chegar a outras comunidades”, argumenta.

Vigilância Sanitária coletou amostras dos insetos para identificar a espécie a que pertencem

Denúncia incentivou vistoria

De acordo com o gerente regional do IMA em Lages, Glaucio Maciel Capelari, no dia 20 de dezembro do ano passado o órgão recebeu uma denúncia sobre a proliferação de insetos em Capão Alto, por meio de sua Ouvidoria estadual.

Com base nesta denúncia, no dia 10 de janeiro, em parceria com a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), o IMA fez uma vistoria na empresa citada, que atua no município no ramo de produção de fertilizantes orgânicos.

Capelari explica que no momento da vistoria nenhuma irregularidade foi encontrada e que o volume de insetos no local não era tão alto quanto o informado na denúncia. Porém, como o IMA é responsável por emitir licenciamentos ambientais e fazer a fiscalização, solicitou aos proprietários o relatório de implantação de projeto de manejo e incorporação de resíduos orgânicos utilizados no processo, contemplando o controle de insetos vetores, bem como a apresentação do relatório técnico referente ao Programa de Comunicação Social com a Comunidade Adjacente ao empreendimento.

“Apesar de nossos técnicos não terem detectado o absurdo que o denunciante anônimo informou, foram pedidos esses relatórios na notificação. Não há irregularidades com os licenciamentos, mas mais documentos foram solicitados e serão entregues”, explica. A empresa tem até o final de janeiro para apresentar a documentação solicitada.

De acordo com o gestor regional da Cidasc, Carlos Eduardo Souza Prado, o órgão não tem diligência sobre a situação e durante a vistoria apenas acompanhou o IMA, que foi responsável por todos o levantamento feito no local.

clique para comentar

Deixe uma resposta