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Marginais da BR-282, orçadas em mais de R$ 60 milhões, é uma das obras do PAC que aguarda licitação

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Lages, 25 de maio/2010 – Correio Lageano – As rodovias brasileiras necessitam de R$ 183,5 bilhões em investimentos para dar conta das demandas atuais. Deste total, apenas 13% estão contemplados pela primeira versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC),
É o que revela o estudo Rodovias Brasileiras: Gargalos, Investimentos, Concessões e Preocupações com o Futuro, divulgado nesta segunda-feira (24) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Três categorias de gargalos foram identificadas. A primeira, relacionada ao campo de recuperação, adequação e duplicação, é a que mais demanda recursos: R$ 144,18 bilhões. A segunda refere-se à construção e pavimentação, na qual serão necessários outros R$ 38,5 bilhões. E a terceira categoria está relacionada com as chamadas obras de arte. Estas, que envolvem obras como pontes e viadutos, carecem de R$ 830 milhões.
O coordenador de Infraestrutura Econômica do Ipea, Carlos Campos, explica que “o PAC cobre aproximadamente 13% das demandas identificadas, e apenas 7% no que se refere à recuperação e duplicação de vias”. Ele observa ainda que “o programa é um grande avanço em relação ao que vinha sendo feito, que era praticamente nada. Mas ainda é insuficiente em relação à degradação que houve na malha rodoviária brasileira, em consequência de 25 anos sem investimentos”.
Neste contexto se encontram as marginais da BR-282 que cortarão o perímetro urbano de Lages. A obra avaliada em mais de R$ 60 milhões, entre o acesso do aeroporto até a rótula do bairro São Francisco vai ampliar a capacidade da travessia urbana da cidade. E a licitação deve ocorrer entre final deste mês e início de junho. Representantes do governo federal asseguram que os recursos desta obra estão garantidos. O que não se pode dizer em relação à conclusão de 100% da BR-282, entre Lages e o rio Amola-Faca.
A rodovia, naquele trecho, carece de padrões de rodovia federal, ou seja, ganhará uma camada porosa para evitar gelo na pista. E, ainda será executado o alargamento. Os recursos das melhorias dependem de liberação federal. Pelo que revelou o estudo, 70% das obras do programa ligadas a rodovias estão com o cronograma atrasado. Parte dos atrasos da execução física dessas obras é justificada pelas paralisações do Tribunal de Contas da União (TCU).
O estudo do Ipea só leva em consideração o PAC 1, que prevê investimentos de R$ 23,3 bilhões entre 2007 e 2010. A segunda versão do programa prevê investimentos de R$ 50,4 bilhões entre 2011 e 2014.
O estudo chama a atenção para a necessidade de ampliação e duplicação das estradas prevista para os próximos anos, em decorrência do crescimento da economia. Há inclusive problemas no sistema de contratos de concessão, que têm prazos de 25 anos e não preveem a ampliação da malha brasileira prevista para o período.
“Como sempre, as rodovias continuarão dependendo dos investimentos públicos, que, reforçados pelo PAC, tiveram crescimento superior a 500% entre 1999 e 2008”, disse o pesquisador. Segundo ele, apenas 15% das rodovias interessam ao setor privado.

 

Foto:Arquivo / CL

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