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Mãe participa de reconstituição da morte do filho

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Foto: Correio Lageano

A manhã de segunda-feira (28) foi no mínimo diferente na rotina dos moradores da Rua Cláudio Manoel da Costa, Bairro Várzea, em Lages. Carros da Divisão de Investigação Criminal, Instituto Geral de Perícias e Sistema Penitenciário chegaram juntos e cercaram um trecho da via. O local é a cena do crime ocorrido na madrugada de 16 de janeiro de 2019 e acabou com a morte de Marcio Vargas, de 38 anos.

A reconstituição do crime começou com dona Maria, mãe de Marcio que viu o filho ser assassinado. Era início da madrugada quando o filho foi até a casa onde a mãe trabalhava para pedir comida. Alguns metros separavam mãe e filho. Depois de pedir a comida, dona Maria relata que um carro chegou, um homem desceu com uma barra de ferro e acertou Marcio na nuca e ele caiu no chão sem esboçar reação. Na sequência, mais um homem saiu do carro e os dois começaram a chutar a cabeça da vítima que já estava caída. Um terceiro homem saiu do carro com uma faca nas mãos e acertou Marcio por duas vezes na região do abdômen, próximo da virilha. Dona Maria lembra que pediu para que não matassem o filho dela, e que os agressores diziam que “isso é para ele aprender a não acertar o rosto do Guilherme”. “Meu filho já caiu morto.”

A mãe chorou durante boa parte da reconstituição. Ela temia em participar da ação junto dos autores do crime, por isso, o trabalho da DIC foi dividido em duas partes, uma com a mãe e outra com os suspeitos. A segunda parte da reconstituição começou com o pai e avô dos investigados, Doracílio Adriano, de 80 anos, que mal conseguia caminhar e também chorou em algumas partes. Julio Antonio Adriano e Alisson Cruz Adriano colaboraram com a reconstituição, mostrando como foram os golpes com a barra de ferro e os chutes. Guilherme Roberto Adriano, o principal suspeito de ter dado a facada em Marcio, permaneceu calado e não demonstrou como o crime foi praticado. Depois de toda a reconstituição, o delegado da Divisão de Investigação Criminal (DIC), Sérgio Roberto, providenciou o alvará de soltura para Doracílio Adriano, por não ser parte executora do crime. Ele ficou dentro do carro o tempo todo.

Apresentação

 Os quatro homens, que são pai, dois filhos e sobrinho, foram apresentados por um advogado seis dias depois do crime, na Delegacia de Polícia Civil. Na ocasião, durante interrogatório, segundo o delegado Sérgio, três deles permaneceram em silêncio, apenas Doracílio falou sobre o crime. Somente nesta segunda-feira, durante a reconstituição, é que Julio e Alisson falaram. Cada um falou sobre si, sem comentar a participação dos demais.

Como resultado da reconstituição e das informações obtidas a partir desse procedimento, Guilherme, Julio e Alisson serão indiciados por homicídio duplamente qualificado; e a prisão preventiva será solicitada, já que estão em prisão temporária.

O crime

De acordo com o que apurou a polícia, Marcio e Guilherme estavam bebendo em um bar no Bairro Várzea, quando começaram a discutir. Os dois saíram do bar e Marcio teria agredido Guilherme. Guilherme foi para casa e chamou o pai Doracílio, o irmão e o sobrinho, Julio e Alisson, para irem atrás de Marcio. Dentro de um carro, os quatro ficaram procurando o rapaz por duas horas, até que o encontraram em frente à casa onde dona Maria estava trabalhando. Depois das agressões e facadas eles fugiram.

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