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Lages tem mais de 3 mil pessoas na fila da ressonância magnética
A aposentada Angelita Costa, de 53 anos, aguarda há quase um ano na fila de espera para realizar um exame de ressonância magnética. Moradora no Bairro Várzea, em Lages, ela sente fortes dores na perna direita e precisa do exame para saber o que está acontecendo no corpo dela. A moradora até que procurou uma clínica particular, mas o preço cobrado (R$ 2 mil) a assustou.
“É muito triste essa situação. O gente faz tudo certinho, paga impostos a vida inteira e não recebe nenhuma resposta do SUS”, desabafou a moradora, que há 10 anos faz tratamento de saúde na Unidade de Alta Complexidade (Unacon) do Hospital Tereza Ramos.
O drama de Angelita é o mesmo de outros moradores de Lages. Existem na cidade 3.086 pessoas na fila de espera para realizar o exame de ressonância. São homens e mulheres que aguardam o exame para identificar problemas como tumores e outras lesões nos órgãos internos, por exemplo.
O serviço de ressonância pelo SUS é regulado pelo município. O exame é realizado no Hospital Tereza Ramos e em duas clínicas particulares contratadas pelo município. Atualmente, o município oferece 200 vagas por mês, totalizando uma média de 250 procedimentos, já que um paciente pode ter a necessidade de fazer mais de uma ressonância.
Conforme o gerente de Regulação e Avaliação da Secretaria de Saúde de Lages, Luis Reinaldo Fraga, o motivo da lista de espera é o aumento da demanda dos procedimentos. “Existe uma grande gama de profissionais solicitando esse tipo de exame, o que está fazendo com que aumente a demanda”, assinalou.
Para ele, se o Hospital Tereza Ramos realizasse um maior número de exames, a fila diminuiria bastante. Dificuldades financeiras do município também pesam na balança. Além disso, há pouco interesse das clínicas em realizar os procedimentos por causa da defasagem da tabela do SUS, que paga apenas R$ 268,75 por exame.
“O município abriu credenciamento e apenas duas clínicas demonstraram interesse em oferecer os serviços”, disse Luis, ao lado da coordenadora de Alta Complexidade da secretaria, Mauricéia Bazi. O que ambos fizeram questão de ressaltar, no entanto, é que se o médico classificar o exame como prioridade, o paciente é atendido em até 30 dias.
Aparelho quebrado
Para piorar a situação, Mauricéia informou que o aparelho de ressonância magnética do Hospital Tereza Ramos está quebrado. Com isso, o número de procedimentos pelo SUS, oferecidos em Lages diminui ainda mais, aumentando o drama de quem precisa do exame.
Por meio da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde, o hospital confirmou que aparelho está estragado há cerca de 15 dias. Contudo, afirmou que os pacientes internos e externos estão sendo atendidos numa clínica particular de Lages, com a qual a unidade tem um convênio. Ainda segundo a assessoria, o conserto do equipamento já está sendo providenciado.